
iPad Pro em comparação ao MacBook com tela de 13 polegadas. Foto: divulgação.
Em meio à expectativa - e já hábito anual - para o anúncio do novo iPhone (o 6S), a Apple trouxe uma novidade em sua linha de produtos, voltada ao segmento de produtividade. A companhia apresentou o iPad Pro, tablet de dimensões maiores voltado para uso profissional.
Contando com uma tela de 12,9 polegadas, um salto em relação às 9,7 polegadas do iPad Air 2, o top da linha até então, o iPad Pro é o maior e com maior processamento já criado pela empresa de Cupertino.
O aparelho, que chegará ao mercado norte-americano por preços na faixa de US$ 800 (32GB) a US$ 1.079 (128GB), conta com o chip A9X de 64-bits, processador mais rápido já feito pela companhia e mais rápido que 80% dos chips de PCs portáteis do mercado, conforme aponta a Apple.
Todo esse poder de fogo tem uma razão: a empresa quer estabelecer o iPad Pro como um verdadeiro dispositivo portátil de trabalho, capaz de rodar aplicações como o Autocad, de design 3D, e suítes de trabalho como o Office, da Microsoft, que teve uma edição especial anunciada para o tablet.
Além do dispositivo, o novo produto virá com uma série de órios dedicados ao uso no trabalho, como uma capa especial com teclado físico. A adição mais comentada foi o Apple Pencil, caneta stylus que pode ser usada para tarefas como desenho.
O uso destas canetas não é nada novo em dispositivos - tablets ou híbridos - de outras marcas como o Galaxy Note, da Samsung, ou o Surface, da Microsoft. Entretanto, para a Apple, é um caminho novo e, de certa forma, uma inversão dos valores do idealizador do iPad, o falecido Steve Jobs.
Adepto da simplicidade, Steve Jobs era abertamente contra o uso de canetas stylus nos dispositivos. "Assim que você tiver uma stylus, você está morto", afirmou o fundador da Apple em entrevista a Walter Isaacson, autor de sua biografia.
O Apple Pencil custará US$ 99 e a capa-teclado Smart Keyboard sairá por US$ 169. A Apple anunciou a venda para 24 países em um primeiro momento, mas o Brasil não estava incluído.
O anúncio do iPad Pro se alinha com outros movimentos de fabricantes de hardware para aumentar sua presença no meio de produtividade e corporativo. A Apple já possuía um posto privilegiado neste meio com sua linha de desktops de alta performance iMac. Agora o plano é levar esse posto aos dispositivos móveis.
Com isso, a empresa aumenta seu poder de fogo para competir com o Surface Pro, da Microsoft, que registra trimestres seguidos de crescimento em vendas e deve fechar 2015 com US$ 4 bilhões em unidades comercializadas, segundo a fabricante. A empresa espera aumentar ainda mais esse número ao firmar esta semana um acordo de colaboração com a Dell e HP para levar seu produto a mais clientes corporativos.
No ano ado, o namoro da Apple com o segmento de produtividade e empresarial começou com outra mudança de paradigma. A empresa uniu forças com a IBM, desafeto antigo de Steve Jobs, para o desenvolvimento de produtos e aplicações dedicadas ao corporativo.