
O Grupo ASSA, multinacional argentina de serviços de TI, com operações na América Latina, Estados Unidos e Europa, está ando maus bocados para comprar uma companhia de TI no Brasil.
Desde abril de 2010, quando recebeu um aporte de capital de US$ 20 milhões, a companhia vem tentando adquirir uma empresa de TI com faturamento entre R$ 25 milhões e R$ 40 milhões no Brasil.
Foram três tentativas, todas sem sucesso. As candidatas encaixavam no perfil pretendido. O problema é o regime de contratação de profissionais, que acaba constituindo um empecilho.
“PJs, cooperativados e CLT Flex: tudo isso é uma bomba relógio em termos de contingências jurídicas”, aponta Federico Tagliani, presidente do grupo ASSA no Brasil.
De acordo com o executivo, a estratégia agora a a ser “pergunta primeiro”, evitando o degaste de interromper as negociações nos momentos finais.
“Temos planos de abrir capital até 2015. Em mercados abertos, qualquer tipo de contingência deve ser evitada”, comenta Tagliani.
A intenção da ASSA é comprar uma empresa atuante na área de SAP com especialização em alguma indústria, alta proficiência em alguma das linhas de produto ou forte presença regional em mercados como Porto Alegre ou Belo Horizonte.
Além disso, a companhia se interessa por desenvolvedoras de aplicações voltadas aos processos de negócio da área financeira.
O Grupo ASSA fechou 2010 com um faturamento de US$ 62 milhões, alta de 22% frente aos resultados do ano anterior. Para 2011, a meta é chegar a US$ 84 milhões, alta de 35%.
Os resultados estão alinhados com a meta da empresa de chegar a 2014 com receita de US$ 200 milhões.
O Grupo ASSA atende mais de 40 mil clientes usuários finais SAP e Oracle-JDEdwards via modelos de entrega nearshore-offshore por meio de seus centros de serviços distribuídos na América Latina.
Um deles está em Curitiba, onde a companhia emprega hoje 60 profissionais e atende nomes como BRFoods, Kraft e Eletrolux.
Um dos contratos mais recentes foi fechado com a Bunge e inclui um novo sistema para toda a área de RH da empresa.
A ideia é seguir crescendo na região por meio de contratos com empresas de porte, que demandem atendimento contínuo e não projetos pontuais.
“Somos focados em gerar receitas recorrentes. Em média, 85% da receita de cada ano é gerada por clientes que já estavam lá no anterior”, revela Tagliani.