
Adam Selipsky, CEO da AWS.
A Amazon Web Services (AWS) vai disponibilizar para os clientes a sua solução proprietária de supply chain, utilizada pela Amazon.com há mais de 10 anos.
Batizada de AWS Supply Chain, a aplicação combina e analisa dados automaticamente em sistemas de cadeia de suprimentos, fornecendo um data lake unificado, insights baseados em machine learning, ações recomendadas e recursos de colaboração.
A novidade foi apresentada pelo CEO da AWS, Adam Selipsky, no segundo dia de AWS re:Invent, mega evento que acontece no momento em Las Vegas, nos Estados Unidos.
“O AWS Supply Chain ajuda a mitigar riscos e diminuir custos oferecendo uma visão unificada da cadeia de suprimentos. Esse é apenas o início. Nós vamos continuar a investir e trabalhar para resolver os seus problemas mais difíceis em supply chain”, garantiu Selipsky.
O AWS Supply Chain pode funcionar integrado com soluções que os clientes já usem, como os sistemas de gestão da SAP, soluções de troca eletrônica de documentos (EDI, na sigla em inglês) ou softwares de gestão de armazéns, por exemplo.
Já os modelos de machine learning são pré-treinados com base nos quase 30 anos de experiência em cadeia de suprimentos da Amazon, uma gigante de e-commerce que dispensa maiores apresentações.
Originalmente, a companhia utilizava soluções de terceiros, mas identificou que havia uma dificuldade muito grande em termos de escalabilidade. Assim, optou por desenvolver o seu próprio sistema de supply chain.
“Nós percebemos que cadeia de suprimentos não é só um problema da Amazon, é um problema do mundo inteiro. Aí tivemos o desafio de pegar o que aprendemos durante todos esses anos e fazer com que isso sirva para qualquer cliente”, explica Alex Coqueiro, diretor de tecnologia da AWS para América Latina, Canadá e Caribe.
Coqueiro explica que o produto é o mesmo utilizado no dia a dia da Amazon.com, com a diferença de que, internamente, existem os sistemas legados.
Ele só foi desacoplado para que não ficasse amarrado à companhia e funcionasse em qualquer empresa de maneira independente, inclusive nas varejistas.
Não é a primeira vez que a Amazon faz algo assim. A própria AWS surgiu em 2006 como uma spin off da solução interna da gigante de e-commerce, que desenvolveu o que então era uma abordagem diferente de infraestrutura de TI, chamada de cloud computing.
“O que nós estamos fazendo é juntar o melhor dos dois mundos. De um lado, todo o benefício de cloud, com a escala para poder ar o crescimento da demanda. De outro, toda a lógica de negócio, lições aprendidas nesses anos. Esse é o nosso diferencial”, destaca Coqueiro.
Por enquanto, a ferramenta está disponível em pré-visualização nos estados americanos da Virgínia do Norte e de Oregon, bem como na cidade alemã de Frankfurt. Em breve, será disponibilizada em regiões adicionais, com priorização de acordo com a demanda de clientes.
ANÚNCIOS EM SÉRIE
Como se espera de um keynote de CEO em um evento concorrido, Selipsky fez um balaio de anúncios durante a sua apresentação: foram 14 anúncios em duas horas, entre integrações e aplicações completas.
Entre elas, as que devem chegar com mais força ao Brasil são: integração zero-ETL entre Aurora e Amazon Redshift; funcionalidade de reportes paginados para o QuickSight; três novas funcionalidades para o Connect; uma nova solução chamada AWS SimSpace Weaver; e outro lançamento batizado de Amazon Omics.
Coqueiro explica que, independente de quando as soluções vão chegar à região, o fato de estar no Brasil não é um bloqueio para a adoção das ferramentas.
“Com o AWS Supply Chain, por exemplo, você tem a opção de importar dados. Eu posso ter os dados no Brasil, importar para uma outra região e fazer toda a parte de operação transacional em uma outra região”, explica o diretor de tecnologia.
O AWS re:Invent é o maior evento do ano da companhia de computação em nuvem da Amazon. Nesta décima primeira edição, a estimativa é de um público de 50 mil pessoas, entre clientes, parceiros, desenvolvedores e experts.
Só vindos do Brasil, cerca de 500 clientes e 100 parceiros estão participando. No total, a conferência conta com mais de 1 mil atividades entre sessões, hackathons, bootcamps e workshops, entre outros.
No mercado há 16 anos, a AWS tem mais de 200 serviços a partir de 96 zonas de disponibilidade em 30 regiões geográficas, com planos anunciados para mais 15 zonas de disponibilidade e mais cinco regiões da AWS na Austrália, Canadá, Israel, Nova Zelândia e Tailândia.
A companhia tem milhões de clientes, desde startups a grandes empresas e agências governamentais.
No Brasil, a lista conta com nomes como Agi, Banco Inter, Itaú Unibanco, Grupo Boticário, BTG Pactual, C&A, C6 Bank e Cielo, entre muitos outros. A empresa está no país há 11 anos.
* Luana Rosales está acompanhando o AWS re:Invent, em Las Vegas, a convite da AWS.