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Andrés Tahta, diretor geral da AWS para o setor público na América Latina e Caribe. Foto: divulgação.
A Amazon Web Services (AWS) deixou claro que está de olho nos estados e municípios durante o AWS Public Sector Symposium, evento para o setor público promovido pela empresa americana em Brasília na última terça-feira, 9.
“O primeiro o foi trabalhar em nível federal. Fizemos, por exemplo, a eleição presidencial do ano ado com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O segundo o da maturidade do mercado é começar a trabalhar com estados e municípios”, declarou Andrés Tahta, diretor geral da AWS para o setor público na América Latina e Caribe.
O executivo citou como principal exemplo o Governo do Estado do Ceará, com o qual atua há “vários anos”. Com o estado nordestino, a empresa assinou uma política de cloud first, tem um centro de excelência e um histórico de treinamentos.
“No Brasil, temos muito boa relação com o estado do Ceará e também estamos trabalhando com o estado de São Paulo. Firmamos um acordo com o estado do Pará e ainda tem vários mais que estamos trabalhando”, exemplificou Tahta.
Em nível municipal, o diretor citou exemplos em outros países da América Latina, como o município de Córdoba, na Argentina, que migrou seu mainframe para a nuvem.
“Temos um foco muito grande em estados e municípios. Eu tenho uma pessoa que trabalha diretamente comigo que é responsável por estados e municípios da América Latina, pela prioridade que tem para nós e pela oportunidade que representa”, destacou Tahta.
SETOR PÚBLICO NA AWS
O evento da última terça-feira foi o primeiro simpósio da AWS para o setor público na América Latina, reforçando a posição do Brasil como país mais relevante para a empresa na região.
Em seguida, vêm nações como Chile, Colômbia, México, Argentina e Peru. Com menos relevância, aparecem na lista países como El Salvador, Guatemala e Costa Rica.
“Temos muitos clientes do setor público no Brasil, particularmente em Brasília, e uma equipe muito consolidada. Para a nossa primeira experiência em um simpósio focado 100% no setor público, achamos que o melhor lugar para fazer era o Brasil. Desejo que no ano que vem voltemos, não sabemos ainda. Mas o que eu vi hoje me deixou muito contente”, afirmou Tahta.
Na AWS, os clientes considerados como setor público são: governos federais, estaduais e municipais; educação pública e privada; saúde; setor financeiro público; e Organizações Não Governamentais (ONGs).
A companhia não divulga o número de clientes na América Latina, apenas indicando que ele está na casa dos “milhares”. No mundo, são mais de 7,5 mil clientes governamentais e 90 mil clientes de educação e ONGs.
Entre os clientes locais da empresa no setor público, estão Hospital Sírio-Libanês, Hospital Israelita Albert Einstein, Controladoria-Geral da União (CGU) e Datasus.
No mercado há 16 anos, a AWS tem mais de 200 serviços a partir de 99 zonas de disponibilidade em 31 regiões geográficas, com planos anunciados para mais 12 zonas de disponibilidade e mais quatro regiões da AWS no Canadá, Israel, Nova Zelândia e Tailândia.
A companhia tem milhões de clientes, desde startups a grandes empresas e agências governamentais.
No Brasil, a lista conta com nomes do setor privado como Agi, Banco Inter, Itaú Unibanco, Grupo Boticário, BTG Pactual, C&A, C6 Bank e Cielo. A empresa está no país há 11 anos.
CENÁRIO FEDERAL E LOCAL
No governo, o executivo em nível federal e as grandes estatais são hoje de longe os maiores compradores de computação em nuvem dos grandes provedores como a AWS, tendo iniciado os primeiros grandes projetos ainda no governo Michel Temer.
O Serpro, a maior estatal de tecnologia do país, já fechou um acordo com quase todos os players relevantes (falta apenas o Google Cloud) para se tornar uma intermediária da venda de nuvem para o governo, o que se conhece no mercado como “broker”.
Em nível estadual, por outro lado, o primeiro movimento realmente significativo aconteceu no ano ado, quando 10 estatais estaduais de tecnologia (as famosas Prodis), se uniram para comprar nuvem no atacado.
A orquestração da iniciativa se deu por meio da Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Tecnologia da Informação e Comunicação (ABEP). Quem fez a licitação foi a Procergs, estatal de tecnologia do Rio Grande do Sul.
O processo teve uma dose de confusão, mas no final a gaúcha Datacentrics acabou levando tudo, com uma proposta de R$ 224,98 milhões para intermediar a compra de uma série de nuvens, incluindo Oracle, Huawei Cloud e AWS.
É um valor em linha com os grandes editais de compra conjunta intermediados pelo Ministério do Planejamento, o que mostra o potencial do mercado em nível estadual.
Em nível municipal, ainda não há registros de grandes movimentações, mas vale destacar que a Procempa, estatal de tecnologia de Porto Alegre, entrou junto na compra conjunta das Prodis.
*Luana Rosales participou do AWS Public Sector Symposium, em Brasília, a convite da AWS.