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Fábio Napoli, diretor de TI do Itaú. Foto: divulgação.
O Itaú, frequentemente ostentado como um dos principais clientes da Amazon Web Services (AWS) no Brasil, protagonizou uma sessão no Oracle CloudWorld, evento global da marca que teve edição em São Paulo na última semana.
Embora possa parecer, não se trata de uma traição. Seria mais correto afirmar que o banco, que a por uma migração massiva para a computação em nuvem, é casado com a AWS, mas não esconde seus casos com os outros players do setor. O famoso relacionamento aberto.
“A AWS hoje é o nosso principal cloud service provider. Então quando pegamos um sistema e modernizamos ele, a gente faz a migração para o ambiente da AWS. Preparamos a AWS para isso. Porém, usamos serviços específicos de todos outros provedores”, explica Fábio Napoli, diretor de TI do Itaú.
No caso da Oracle, o banco utiliza há muitos anos soluções como Exadata e Peoplesoft, que anteriormente rodavam on premise. Segundo Napoli, não faria sentido levar sistemas como esses para outra nuvem que não fosse a da própria Oracle.
“São sistemas robustos, performáticos e não exigem tanto nível de interação. Então vamos para a nuvem da Oracle, porque ela me oferece como serviço. É esse esse tipo de ajustes que a gente tem”, conta Napoli.
A mesma lógica é usada no banco para aplicações de outros provedores de computação em nuvem, como Microsoft e Google.
O Itaú está fazendo uma das maiores migrações para a nuvem do país desde a do contrato com a AWS em 2020, realizada depois de cerca de nove meses de namoro. A instituição, no entanto, prefere usar para o processo o termo "modernização".
“Falar em plataforma modernizada não é simplesmente entrar para a cloud. É pegar um sistema legado, que roda no monolito, no mainframe, modernizar e levar para a cloud”, explica Napoli.
Hoje a instituição já está com 50% do seu ambiente em nuvem e a expectativa é chegar a 65% até o final de 2023.
“A gente entende que esse número é muito próximo do banco todo modernizado, porque não necessariamente é preciso modernizar toda a plataforma. Então é o momento onde colocamos ainda mais esforços para continuar investindo”, afirma Napoli.
Hoje com 65 milhões de clientes pessoa física, o Itaú estava apostando pesado em construir a sua própria infraestrutura até pouco tempo atrás. Em 2015, aumentou em 25 vezes a sua capacidade instalada, construindo um data center em Mogi Mirim com um investimento de R$ 3,3 bilhões.
Na época, o banco disse que o novo data center teria capacidade para atender o crescimento dessa demanda até 2050. Além disso, estava prevista a construção de mais dois data centers entre 2021 e 2023 e outros dois até 2035, sempre no mesmo local.
Apesar do setor bancário em geral ter infraestruturas de TI legadas de grande porte, o mercado todo também parece estar recalculando a rota.
Na pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária, divulgada na última quarta-feira, 3, pela Deloitte, a migração para a nuvem aparece como foco central dos investimentos dos bancos em tecnologia, com expansão de 20% prevista para 2023.
A AWS parece estar à frente no segmento, somando à lista de clientes nomes como Agi, Inter, BTG Pactual, C6 Bank, Nubank, Digio, Fibra, Banco Bari e Bitz.
No Oracle CloudWorld, a Oracle destacou clientes como Bradesco e o Banco do Brasil.
*Luana Rosales participou do Oracle CloudWorld, em São Paulo, a convite da Oracle.