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O orçamento total dos bancos brasileiros destinado à tecnologia deve atingir R$ 45,1 bilhões em 2023, alta de 29% em relação ao ano anterior, quando a cifra chegou a R$ 34,9 bilhões.
O valor é apontado pela nova edição da pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária, realizada pela Deloitte, gigante de consultoria empresarial.
A coleta de dados foi realizada entre dezembro de 2022 e março de 2023, por meio de um formulário eletrônico e entrevistas com líderes de tecnologia de 16 bancos brasileiros.
Para esse ano, a expectativa é de maior investimento em CRM, inteligência artificial, analytics e big data. As empresas ouvidas reforçaram a priorização da personalização no relacionamento com o cliente e a maior eficiência na exploração dos dados.
Além disso, a migração para a nuvem continua sendo um foco central dos investimentos, com expansão de 20% prevista para o ano.
Quanto às prioridades dos bancos para 2023, a pesquisa revelou que estão a análise e exploração de dados obtidos via Open Finance, que permite o compartilhamento dos dados pessoais e bancários do cliente entre as instituições participantes.
Até o momento, 80% dos bancos afirmaram que até 10% de sua base de clientes já aderiu ao Open Finance, proporção que deve crescer em 2023.
De acordo com a pesquisa, 75% das instituições bancárias pretendem ofertar mais produtos financeiros para seus clientes, enquanto 69% desejam conhecer melhor o contexto do cliente e 44% buscam oferecer serviços de iniciação de pagamentos.
Além disso, 38% querem melhorar a precificação dos produtos, 31% reduzir riscos de crédito e 19% expandir negócios não financeiros.
A transformação cultural dos bancos, moedas e ativos digitais, bem como a expansão de transações via chatbot e incentivo do consumidor ao compartilhamento de dados também são contemplados nos orçamentos.
Para concretizar tudo isso, estão na agenda otimizar o legado e priorização de cloud, focar em inteligência artificial como tecnologia essencial para automação, adotar segurança cibernética para lidar com o aumento da conectividade e dependência exponencial de dispositivos e sistemas on-line.
Os bancos também terão que ficar de olho na tokenização de ativos, 5G, metaverso e em estratégias e indicadores de governança ambiental, social e corporativa (ESG, sigla em inglês).
As instituições também estimam aumentar o orçamento de segurança cibernética para infraestrutura, prevenção às ameaças, detecção e resposta a incidentes e gestão de identidades e o, além de contratar especialistas na área de segurança da informação.
INVESTIMENTO EM PROFISSIONAIS
Com relação aos profissionais, a área de TI corresponde, em média, a 10% do quadro total de funcionários. A grande maioria (62%) é composta por desenvolvedores.
A expectativa é que, em 2023, os bancos invistam R$ 1,6 bilhão em infraestrutura e soluções tecnológicas que melhorem a experiência de trabalho desses colaboradores.
Segundo o levantamento, a maioria dos bancos (69%) pretende aumentar o quadro de profissionais de tecnologia, especialmente com desenvolvedores, especialistas em segurança da informação e cientistas e engenheiros de dados.
Em relação aos treinamentos, as ações voltadas à formação de times ágeis tiveram expansão de 55% nesta edição, com crescimento de 41% em número de pessoas treinadas.
Já os investimentos para treinar funcionários de TI cresceram 18%, com alta de 15% em pessoas treinadas.
No mercado há mais de 175 anos, a Deloitte possui atuação em 150 países e territórios, com mais de 437 mil funcionários listados em seu LinkedIn. No Brasil, a companhia possui 13 escritórios, empregando 6 mil profissionais.
Em sua 31ª edição, a pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária apresentará seu conteúdo em duas etapas. A primeira explora os investimentos e tendências em tecnologia e a segunda abordará as transações bancárias e o comportamento do consumidor.