
Thornsten Heins, da Blackberry: "...e volta o cão arrependido". Foto: divulgação.
A Research in Motion lançou nesta quarta-feira, 30, o Blackberry 10, nova versão de seu sistema operacional para smartphones. Determinada a recuperar o tempo e espaço perdido no mercado, a companhia canadense anunciou o sistema e dois novos aparelhos em um grande evento em Nova York.
Primeiramente, a RIM agora mudará o seu nome para combinar com seu principal produto, ando a se chamar BlackBerry.
Para marcar o novo sistema e nova estratégia de mercado, a empresa apresentou o Z10 e o Q10, dois modelos para a carregar a bandeira do BB10.
Na sua linha de lançamentos, a Blackberry mostrou sua preocupação em inovar para reconquistar o público com o Z10, mas também manteve seu design tradicional para agradar os fãs no Q10.
A companhia não forneceu muitos detalhes sobre disponibilidade e preços dos novos aparelhos, a não ser o Z10, que chegará às lojas por US$ 149 em pacotes de operadoras, conforme o Wall Street Jornal.
No Brasil, a previsão da BB é lançar o aparelho ainda em março, poucas semanas depois do lançamento nos Estados Unidos, diz a Info.
Conforme João Stricker, diretor geral da BlackBerry no Brasil, a empresa está analisando a melhor opção entre importar ou produzir localmente.
Alguns modelos antigos eram fabricados em uma unidade da Flextronics, uma empresa de manufatura sob encomenda, em Sorocaba, destaca o Valor.
Além desses dois aparelhos, a companhia pretende lançar globalmente mais quatro aparelhos de baixo e médio preços.
APARELHOS
O Z10 é a aposta mais ambiciosa da companhia, apostando pela primeira vez em um smartphone totalmente touchscreen e em uma interface totalmente reformulada.
O dispositivo tem display de 4,2 polegadas com resolução de 1280 x 768 pixels e densidade de 356 ppi. Em comparação com o iPhone 4, que tem 4 polegadas e densidade de 326 ppi, o Z10 bate o aparelho da Apple.
O celular possui um processador dual core de 1,5Ghz e 2GB, ficando em pé de igualdade com os smartphones high-end da Apple e Samsung (Galaxy SII).
O modelo também conta com e a redes 4G (inclusive o padrão brasileiro) e NFC, além de uma memória interna de 16GB, expandível até 48GB com o uso de cartões. O Z10 tem duas câmeras: uma frontal de 2MP e uma de 8MP na parte traseira, capaz de gravar vídeos em Full HD.
Por sua vez, o Q10, com configurações de desempenho semelhantes ao Z10, conta com o tradicional teclado físico da Blackberry, para o público que prefere o design antigo.
Para abrigar o teclado, o aparelho conta com uma tela reduzida, mas também com interface sensível ao toque.
A Blackberry também aposta no entretenimento como uma forma de agregar valor ao sistema operacional. Em parceria com estúdios como Universal, Sony e Warner, a empresa comercializará filmes, músicas e seriados em sua loja virtual Blackberry World.
A loja também contará com cerca de 70 mil apps, de acordo com Thorsten Heins, CEO da BlackBerry.
MAS E AÍ, VALE?
Segundo analistas que tiveram o aos novos aparelhos, o novo sistema operacional é bom. Uma unanimidade é a beleza e a funcionalidade dos menus e agendas, que agradaram geral aos jornalistas.
No entanto, a pergunta é outra. Será que o BB10 é capaz de reviver os tempos de glória de suas versões mais antigas, quando liderava o mercado de smartphones?
Bem, se a resposta dos críticos não é um sim, a Blackberry pode buscar uma esperança no "ainda não".
Segundo Jessica Dolcourt, da CNET, o Z10 manda bem com o novo sistema operacional, mas não tem o poder para converter os fãs satisfeitos de Android e iOS.
"O Blackberry 10 é bonito e conta com recursos top de linha, como um sistema operacional top de linha deve ser, mas possui várias pequenas falhas que podem se tornar irritantes com o uso constante", explicou.
Joanna Stern, da ABC Network, teve impressões semelhantes sobre o novo sistema.
"A Blackberry recuperou o tempo perdido, mas vivemos em um tempo que não podemos mais perder tempo. Blackberry 10 e Z10 são os os certos, mas será preciso mais para reconquistar o usuários perdidos", destaca.
Atualmente a Blackberry ocupa o quarto lugar no market share dos sistema móveis, com 3,4%, atrás do Windows Phone, iOS e o líder Android, que conta com 72,4%.