
O governo federal aceitou o convite para o Brasil ser o país parceiro na Cebit 2012.
Segundo Constantino Bäumle, diretor da Hannover Fairs Sulamerica, o comunicado foi feito via embaixadas durante a participação do ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, na Hannover Messe, no início da semana, e já chegou à organização da feira.
“Recebi a notícia há uns dois dias. É muito bom porque nos permite mostrar o perfil de exportação de TI do Brasil”, comemorou Bäumle.
Em 5 de maio, autoridades alemãs e empresários deverão vir ao Brasil para os contratos e formalizar a parceria brasileira na feira internacional que em 2011 reuniu mais de 339 mil visitantes de 90 países, e 4,2 mil expositores de 70 nações, na Alemanha.
A expectativa é que o Brasil marque presenta com no mínimo 150 expositores, incluindo empresas do ramo de TI e outros setores, como bancos e instituições de fomento à pesquisa.
“Não pode esquecer um artista popular também, pra sair nos jornais”, brinca Bäumle.
Além disso, ou a presidente Dilma Rousseff, ou o vice-presidente, Michel Temer, deverão comparecer à feira representando o governo brasileiro.
Mais do que um tapinha nas costas
Pelos cálculos do diretor da Hannover Fairs local, em área, o Brasil deve precisar de, no mínimo, algo entre 1 mil e 2 mil metros quadrados para acomodar toda a delegação.
Em 2011, a Turquia, país parceiro, contratou 3 mil metros quadrados de feira.
O país tem o menor PIB dos últimos participantes, sendo metade do brasileiro, com um gasto interno de US$ 6,1 bilhões em TI, cerca de seis vezes menor que o Brasil.
O Brasil comprou 400 metros quadrados na mesma edição, dentro da média dos últimos anos.
A multiplicação do espaço por no mínimo cinco em 2012, vai exigir incentivos – tanto moral quanto financeiro – do governo às empresas.
Hoje, parte da participação é subsidiada pelos governo estaduais, em convênio pela Softex. No Rio Grande do Sul, a cota chegou a € 2 mil na última edição do evento.
Segundo Bäumle, os subsídios atuais cobrem quase metade do valor necessário à participação.
“O governo brasileiro vai ter que bancar a ideia”, completa o diretor.
Aproximação com a Alemanha
Além de confirmar a presença na Cebit como parceiro, a ida de Mercadante à Alemanha rendeu outros convites no país germânico.
Por exemplo, a participação, também como parceiro, na Feira Industrial de Hannover em 2013 – evento que reúne, em média, 5 milhões de contatos de negócios – e uma ponta como convidado de honra na Feira de Frankfurt, no mesmo ano.
“Se está aproveitando a véspera da Copa para incrementar a relação entre o Brasil e a Alemanha. É um movimento estratégico porque se poderá divulgar o Brasil”, diz José Antônio Antonioni, diretor-presidente da Softsul, um dos responsáveis pela realização da feira e do congresso da BITS.
O evento, que se realiza de 10 a 12 maio, no Centro de Eventos da Fiergs, em Porto Alegre, é considerado um “filhote” da Cebit no Brasil e, na opinião de Antonioni, só cresce com o estreitamento de relações Brasil-Alemanha.
“É um evento (a BITS) que veio para ficar, e quanto mais próximos formos deles, mas nos beneficiaremos”, completa.
Hoje, ressaltou Mercadante ao anunciar o convite para a parceria na Hannover Messe, são 1,2 mil empresas alemãs no Brasil, o que representa cerca de 7% da produção industrial brasileira.