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Ministro das Comunicações Juscelino Filho e executivo da SpaceSail - Foto: Kayo Sousa para o Ministério das Comunicações
O governo brasileiro, por intermédio do Ministério das Comunicações, está em negociações para trazer ao Brasil a SpaceSail, chinesa concorrente da Starlink de Elon Musk.
Em outubro, o ministro Juscelino Filho foi até a China visitar a fábrica de satélites de baixa órbita da companhia e ofereceu o uso da base espacial militar de Alcântara, localizada na costa atlântica do Maranhão, para testes. Para aceitar, a SpaceSail ainda precisa de autorização do governo chinês.
Xi Jinping, presidente da China, deve estar no Brasil nos dias 18 e 19 de novembro para a cúpula dos líderes do G20. O governo brasileiro pretende aproveitar a oportunidade para negociar a viabilidade dessa autorização diretamente com o líder chinês.
Segundo Juscelino Filho, o objetivo é abrir oportunidades comerciais e tecnológicas, atrair investimentos de empresas chinesas para o Brasil e fomentar a concorrência no mercado de satélites de baixa órbita no país.
Atualmente, a americana Starlink é a principal fornecedora de serviços de Internet via satélite no Brasil, com uma participação de 46% do mercado. A SpaceSail, cuja sede fica em Xangai, planeja lançar um serviço similar no Brasil dentro de dois anos.
Na China, autoridades do governo Lula também visitaram a Galaxy Space, outra fabricante de satélites.
As negociações com as empresas chinesas ocorreram no mesmo período em que Musk enfrentava um embate com o Supremo Tribunal Federal (STF) que resultou em multas milionárias e no bloqueio temporário do X no Brasil.
Na época, o STF chegou a congelar as contas bancárias da companhia para forçar o X a cumprir as ordens legais e pagar as multas. Após um acordo, as contas foram desbloqueadas e o serviço do X foi restabelecido.
Embora a Starlink possua uma participação limitada no mercado geral de Internet no Brasil, com cerca de 265 mil clientes até setembro (representando 0,5% dos usuários, segundo a Anatel), a empresa domina o segmento de Internet via satélite, com quase 50% do mercado.
No mundo, a Starlink possui mais de 6 mil satélites em operação, enquanto as companhias chinesas ainda operam com algumas dezenas.
A SpaceSail, por sua vez, lançou 18 satélites em órbita em agosto e mais 18 em setembro, e pretende lançar aproximadamente 600 até o final do próximo ano, o que permitirá operar sua primeira fase planejada de constelação de satélites.
Fagner Ramos 4c144o
Jornalista no Baguete Diário