
Evento da CA. Foto: Divulgação.
A Broadcom fez um grande corte na operação americana da CA, adquirida em julho pela gigante de chips por US$ 19 bilhões.
A companhia divulgou uma nota confirmando a existência de cortes, sem falar em números.
No site TheLayoff.com, um fórum de discussão sobre demissões, alguns participantes falam no tópico sobre a CA em num total de 2 mil demitidos, o que representa 40% do total da equipe no país, de acordo com o The .
Em todo mundo, a CA tem 11 mil funcionários. Não há um número conhecido para empregados no Brasil.
Já há pistas de movimentação na operação brasileira da CA.
Em outubro, João Alberto Oliveira, ex-líder para desenvolvimento de parceiros da CA para América Latina, foi contratado como novo gerente de canais na região da ASG.
Oliveira fez carreira na CA, onde atuou por 23 anos, ando por uma série de cargos nas áreas técnicas, de vendas, atendimento a cliente e parceiros.
Assim como a CA, a ASG tem um dos seus fortes projetos com tecnologia de mainframe.
Os cortes não são a primeira grande decisão da Broadcom sobre a CA. Recentemente, a empresa vendeu para o fundo Thoma Bravo a startup de teste de aplicações na nuvem Veracode Software por US$ 950 milhões.
A CA havia adquirido o negócio por US$ 614 milhões em março de 2017. A Thoma Bravo já é dona da McAfee e Barracuda Networks.
As movimentações foram precedidas por uma decisão de cancelar o CA World, evento mundial da CA, previsto para acontecer a partir desta segunda-feira, 12, em Miami, apenas oito semanas antes do evento.
Quatro mil pessoas eram esperadas para o evento.
A decisão da Broadcom de comprar a CA chamou a atenção do mercado, uma vez que os dois negócios parecem ter muito pouco em comum.
Em nota, a Broadcom disse que a compra era parte da sua estratégia de criar uma “companhia líder em infraestrutura de tecnologia”, uma boa descrição da CA, uma empresa fundada ainda nos anos 70 para fornecer software para mainframes.
Desde então, a CA diversificou bastante sua oferta por meio de mais de 200 aquisições, entrando nos mercados de segurança, gerenciamento de identidades, monitoramento de performance de aplicações, automatização de desenvolvimento de software.
O negócio de mainframe ainda é responsável por mais da metade da receita da CA, que nos últimos anos tem girado em torno de US$ 4 bilhões, os mesmos níveis de 1997.
Com o crescimento da computação em nuvem, a CA andava em um momento algo crítico. com a perspectiva de declínio gradual do tipo de ambientes de tecnologia que a companhia se propõe atender.
Em junho do ano ado, chegou a ser especulado um fechamento de capital da companhia e uma fusão com a BMC, uma das suas principais concorrentes.
A BMC estava na mesma e teve o capital fechado por fundos ainda em 2013.
Para a CA, então, a compra pela Broadcom parece ter sido um bom negócio. Agora é ver o que a Broadcom fará com a CA.
A Broadcom atua num mercado totalmente diferente, investindo pesado em produzir chips e competindo com gigantes como a Qualcomm (que aliás, ela tentou recentemente comprar, numa iniciativa bloqueada pelo governo americano porque a Broadcom era então baseada em Cingapura).
A empresa também está no mercado faz tempo (foi fundada em 1961 como uma divisão da HP) e é uma empresa bem maior, com faturamento de US$ 17,6 bilhões no último ano fiscal.