Tamanho da fonte: -A+A 2vl4s

Nelson Campelo.
Nelson Campelo, ex-presidente da Avaya no Brasil, entrou como investidor e se tornou sócio e CEO da Ustore, uma startup pernambucana especializada em armazenamento de grandes volumes de dados desestruturados.
Baseada no Porto Digital, a Ustore foi criada em 2007 por um doutorado em Segurança de Sistemas na Universidade Federal de Pernambuco como um player nacional focado em fornecer software para istrar storage na nuvem.
Com esse foco, a empresa faturou R$ 1,8 milhão em 2013 e esperava fechar o ano ado com R$ 5 milhões. No meio do caminho, no entanto, uma mudança de posicionamento do governo brasileiro sobre armazenagem de dados abriu um mercado potencial enorme para a companhia.
Em novembro de 2013, como uma resposta às denúncias de espionagem pela NSA, a presidente Dilma Rousseff assinou uma portaria determinando que os dados do governo brasileiro sejam armazenados no país, em redes auditadas pela istração.
Especialistas da Ustore foram ouvidos nas discussões sobre o assunto. A empresa fechou um grande contrato para fornecimento de software para o novo data center do Exército Brasileiro e complementou sua oferta com uma solução de Open Stack, um software de e-mail baseado em Zimbra e uma de comunicação baseada em Telegram.
Ou seja, a Ustore pivotou seu modelo de negócio (para usar o termo da moda) e se transformou na fornecedora de software para armazenamento, redes definidas por software e serviços de comunicação que o governo precisa para tentar fugir dos arapongas americanos.
Com time formado por técnicos (dos 35 funcionários, sete são PhDs) a companhia buscou a expertise de um executivo profissional como Campelo, que além de ter liderado a Avaya, foi também Head Business Solutions para América Latina da Nokia Siemens Networks.
Além de Campelo, a empresa também contratou Fabiana Falcone para assumir sua área comercial. Fabiana trabalhou com Campelo na Avaya como gerente de contas sênior e acumula agens pelas áreas de vendas de empresas como ZTE, Cisco, Huawei e Nortel.
“O mercado potencial é enorme. Queremos ser a maior empresa de tecnologia core para infraestrutura do Brasil”, projeta Campelo, que esteve em Porto Alegre nesta terça-feira, 04, participando do CIO Executive Day da IT4CIO.
O caminho da Ustore, no entanto, não é totalmente livre. O Serpro tem se posicionado como o fornecedor das respostas que o governo precisa.
O Expresso, suíte de colaboração da estatal federal de processamento de dados, já tem mais de 900 mil usuários no governo federal e a empresa tem feito investimentos em data center.
Campelo prefere não fazer maiores comentários sobre uma possível concorrência com o Serpro, destacando que as duas empresas “tem mais a colaborar do que competir” e alertando para o fato de que a estratégia futura da Ustore não é totalmente dependente do governo.
Parte das metas do executivo é emplacar a tecnologia em data centers brasileiros interessados em derrubar custos com softwares similares de multinacionais, além de trabalhar para internacionalizar a companhia.