
Sérgio Chaia.
Sérgio Chaia, ex-presidente da Nextel que assumiu a subsidiária brasileira da Symantec em março de 2014, já está fora da empresa.
A saída de Chaia se deu sem alarde em maio, informaram fontes de mercado ao Baguete. Até agora, ninguém havia noticiado o fato no Brasil.
A Symantec não fez nenhuma menção oficial ao fato, nem respondeu a um pedido de comentário sobre o assunto feito pela reportagem do Baguete.
Com a saída do executivo, paira um grande ponto de interrogação sobre o futuro da Symantec no Brasil.
A contratação de Chaia foi parte de uma tentativa de emplacar uma mudança radical no estilo de liderança da companhia.
O profissional foi o primeiro executivo a liderar a Symantec no país sem ter vindo das próprias fileiras da organização, substituindo Wagner Tadeu, que já estava há 17 anos na Symantec (hoje, Tadeu lidera a Pure Storage no país).
Além de Tadeu, a Symantec demitiu basicamente todos seus executivos no alto escalão no país, muitos deles profissionais com mais de uma década de casa.
No lugar, a Symantec mexeu a fundo no time de vendas como um todo, renovando 60% da equipe com 30 profissionais oriundos de companhias como IBM, EMC, Dell e Telefônica.
Eles são liderados por um time novo, com Lúcia Bulhões, ex-Dell, à frente do comercial, e Alejandro Raposo, outro ex-Nextel, à frente do Brasil.
Segundo o Baguete pode apurar, tanto Lúcia quando Raposo seguem na empresa.
O discurso de Chaia, exposto em uma entrevista para o Baguete, era “mostrar que a Symantec é mais que uma provedora de produtos de segurança”.
Para isso, a vinda de profissionais de fora do mercado de segurança, vindos de empresas de tecnologia maiores e mais diversificadas que a Symantec, onde essa abordagem já está consolidada.
Entre os grandes clientes, a estratégia é dar a conhecer mais do portfólio da Symantec em áreas como disponibilidade de informações e prevenção de perda de dados.
Neste último segmento, por exemplo, o Gartner projeta crescimento de 18,9%, um pouco mais que o dobro da média do mercado de segurança
Segundo fontes ouvidas pelo Baguete, no entanto, esse posicionamento “consultivo” não encontrou muito eco no relacionamento de Chaia com os clientes.
O novo presidente da Symantec no Brasil, por exemplo, teria deixado de lado missões protocolares como visitar alguns dos maiores clientes no país ou mesmo mandar um e-mail de apresentação, gestos triviais, mas que contam pontos no mundo corporativo.
Pode ter influenciado na atitude o fato de que Chaia é um executivo de currículo estelar, com agens, além da Nextel, por uma série de empresas como Sodexo, Pepsico e Pfizer, nas quais os CEOs não tratam de manter relacionamentos mais próximos com seus clientes.
Enquanto isso, lá fora, a Symantec estaria negociando a venda do negócio de armazenamento de dados Veritas para um fundo, depois de considerar no ano ado a hipótese de uma cisão.
Em nível global, a empresa também a pelo seu próprio entra e sai de executivos.
A concorrência não parou de se mexer, com uma grande concorrente como a McAfee adquirida pela Intel, e agora ensaiando um discurso de “segurança das coisas” e uma leva de novas empresas como Palo Alto Networks e FireEye surfando em tendências como computação em nuvem e mobilidade, que os players consagrados do mercado de segurança demoraram a abraçar.