
Rachel Barger, vice-presidente sênior da Cisco para as Américas. Foto: divulgação.
A Cisco criou uma infraestrutura local para disponibilizar no Brasil a plataforma Webex, que inclui soluções para reuniões, center e calling em nuvem.
Até então, a demanda era processada nos Estados Unidos, o caminho mais curto até o momento. Com o investimento no Brasil, que não teve o valor revelado, isso a a ser feito em um data center da Equinix no país.
“Nós não criamos um data center local, não faz muito sentido hoje em dia. Hoje você tem os grandes hubs e PoPs (pontos de presença) de interconexão gigantescos. Temos algumas parcerias globais, como a Equinix, então tomamos base delas e implementamos aqui a torre do Webex dentro desse data center local”, explicou Ricardo Mucci, presidente da Cisco do Brasil, durante o Cisco Connect São Paulo, realizado na última quarta-feira, 5.
Além do país, a infraestrutura brasileira também a a ser o hub da plataforma em toda a América Latina. No mundo, agora a companhia totaliza 16 infraestruturas desse tipo, o que a Cisco chama internamente de “torre”.
Mucci conta que o crescimento de volume na plataforma foi exponencializado pela pandemia dentro do Brasil e da AL. A questão maior era aumentar a disponibilidade sem ter interferência de conexões externas.
O país foi escolhido por ser estratégico do ponto de vista de conectividade, pois tem saída muito mais fácil de cabos submarinos para Europa e Estados Unidos.
“Nós chegamos a sofrer com algumas reclamações de clientes que diziam: olha, a plataforma está fora. E, na verdade, não estava fora. O que estava fora era o caminho que aquele cliente estava tomando. Sabemos que hoje existem alguns players no mercado que faziam as interconexões, principalmente com os Estados Unidos. Então, para que a gente não tivesse mais a questão de sofrer qualquer tipo de impacto de parada, tomamos a decisão”, conta o presidente.
Outro ponto levantado pela Cisco foi a redução da latência e a melhor qualidade de vídeo e de voz para os clientes.
“É uma questão de melhoria de qualidade de serviço, um aumento de volume muito grande de demanda dos nossos clientes e de fato melhorar a qualidade e trazer uma plataforma principalmente de center e calling no Brasil”, resume Mucci.
Rachel Barger, vice-presidente sênior da Cisco para as Américas, ressaltou as questões legais para a localização de dados em diferentes países, bem como a importância de não perder a eficiência como benefício da nuvem.
“Nós tomamos a decisão de investir aqui porque vemos a oportunidade e o movimento para cloud. A nuvem está aqui e nós entendemos as exigências, assim como o ponto de customer experience. Com o Webex, realmente acreditamos em prover uma experiência diferenciada. Isso tem custo, mas também tem valor”, afirma Barger.
Sediada em San José, na Califórnia, a Cisco está no mercado desde 1984. Com receita anual de US$ 51,56 bilhões, a companhia conta com mais de 65 mil funcionários no mundo.
*Luana Rosales viajou ao Cisco Connect, em São Paulo, a convite da Cisco.