NEGÓCIO

Meta e Ayga investem R$ 25 mi em nova empresa 1l443t

Flowen tem solução IoT para monitorar distribuição de água. Projeto-piloto é na Corsan. 2836c

22 de março de 2023 - 17:29
Solução conta com medidores ultrassônicos. Foto: Isaías Mattos/divulgação.

Solução conta com medidores ultrassônicos. Foto: Isaías Mattos/divulgação.

A Meta, companhia de tecnologia gaúcha, e a Ayga, startup especializada em Internet das Coisas (IoT), estão investindo R$ 25 milhões na criação da Flowen, uma nova empresa com foco no monitoramento inteligente da distribuição de água.

Desse montante, R$ 11 milhões já foram investidos e o restante deve ser aplicado nos próximos dois anos.

Atualmente, a Flowen está realizando o projeto-piloto do seu primeiro produto na Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), responsável pelo abastecimento de dois terços do mercado gaúcho.

A nova solução tem dois componentes principais: um medidor de água ultrassônico e uma plataforma em nuvem.

“O medidor é basicamente um cano onde a a água e, ali dentro, é feita a medição com uma metodologia chamada ultrassônica, na qual o som mede quanto está ando de água”, explica Luiz Francisco Gerbase, CEO da Ayga.

Depois de medir, o dispositivo manda a informação através de antenas LoraWan, uma tecnologia de rede de área ampla de baixa potência, para a plataforma Flowen.

O software, por sua vez, captura as informações, leva elas para a nuvem (hoje da AWS) e as disponibiliza para a empresa distribuidora de água.

Na prática, são mapeados remotamente dados como o consumo hora a hora, a necessidade de manutenção, o indício de vazamentos ou de falta de água e a previsão de consumo.

Além disso, os medidores contam com uma válvula de corte para que a ligação e o corte de água possam ser feitos a distância.

A expectativa da companhia é de que os dispositivos ultrassônicos e suas baterias durem 10 anos, o dobro dos atuais medidores mecânicos utilizados no mercado. 

“A ideia de criação da Flowen é oferecer isso como Software as a Service (SaaS). Não é vender o medidor e sim oferecer o serviço de toda a medição, que vai desde a parte de implementação até a parte de gestão dos dados”, explica Claudio Carrara, vice-presidente da Meta.

O PILOTO

O projeto com a Corsan surgiu ainda em 2020, quando a Meta ganhou um edital de implantação SAP na empresa. A partir disso, surgiram conversas sobre outras necessidades da companhia e a solução de IoT começou a ser desenhada para esse nicho. 

Desde o início, a distribuidora de água participou do desenvolvimento técnico das soluções, dos testes e da validação da tecnologia. 

“A gente ganha na velocidade da ação junto ao nosso consumidor. Eu vou conseguir saber o exato momento que ele ficou sem abastecimento e acionar minhas equipes para ir atrás daquele problema, podendo reduzir a falta de uma hora para cerca de 20 minutos. Poderemos atender um serviço que hoje é em massa de uma forma customizada”, exemplifica Jean Bordin, diretor comercial, de inovação e relacionamento da Corsan. 

Hoje, 250 medidores são utilizados na empresa em caráter experimental e o projeto está em processo de certificação no Inmetro.

PLANOS PARA O FUTURO

A Flowen já conta com um time de 15 pessoas e, por enquanto, está sob o comando de Carrara e Gerbasi, que estão em busca de um Chief Executive Officer (CEO) para a startup.

Para este ano, os planos são a produção de 10 mil a 20 mil medidores e, até 2025, chegar a 500 mil. 

Para isso, a empresa está preparando uma linha de produção com a Global Eletronics, fabricante localizada em Guaíba, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Outra alternativa para escalar no futuro, produzindo em dois lugares, é a China.

Já a rede LoraWan, da qual depende a solução, está basicamente nas grandes e médias cidades com antenas da American Towers.

O mercado em potencial é grande. O Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab) estima que até 2033 serão necessários o investimento de R$ 142 bilhões em água e R$ 215 bilhões em esgoto para cumprir as diretrizes definidas pelo Novo Marco Regulatório do Saneamento (Lei Federal 14.026).

“Ao longo de 2022, conversamos praticamente com todas as grandes concessionárias, como Sabesp, Sanepar, BRK, Igua e Aegea, para ver qual é o real interesse. O que a gente viu foi um mercado muito aberto para esse tipo de solução”, conta Carrara.

Com 32 anos de mercado, a Meta conta com 300 clientes em oito países e uma equipe de mais de 3 mil pessoas.

Em 2019, a companhia criou a Meta Ventures, seu braço de venture capital, e a primeira empresa investida foi a Ayga, fundada por Gerbase e hoje com cinco anos de atuação. O executivo também é cofundador da Teikon e da HT Micron.

Já a Corsan atua em 317 municípios do Rio Grande do Sul, com 2,4 milhões de ligações ativas, alcançando cerca de 6 milhões de pessoas com tratamento de água potável e esgoto. 

Em dezembro de 2022, a companhia pública foi arrematada pelo grupo Aegea, uma das maiores empresas de saneamento do segmento privado do Brasil, por R$ 4,151 bilhões, mas o contrato ainda não foi assinado por conta de imes judiciais.

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