
Cliente VMware procura um plano B. Foto: Depositphotos.
Os clientes da VMware não estão lá muito interessados no novo modelo de subscrição oferecido pela Broadcom e estão buscando alternativas para seguir com as licenças perpétuas, já seja em e terceirizado ou na concorrência.
É o que aponta uma pesquisa bancada pela Rimini com grandes clientes da VMware (37% com faturamento acima de US$ 1 bilhão), na maior parte usuários de produtos como o software de gestão de virtualização vCenter, com 67%, e a solução de fornecimento de desktops virtuais e aplicativos Horizon, com 55%.
A VMware foi adquirida pela Broadcom no final de 2023 e vem introduzindo mudanças no seu modelo de licenciamento que estão desagradando parte da base de clientes.
Em resumo, a Broadcom (que pagou US$ 61 bilhões pela VMware) quer substituir o modelo de licença perpétua de softwares por s mensais.
É uma troca de modelo comercial frequente no mundo do software na última década. Os investidores ficam felizes, porque as empresas am a gerar receita recorrente. Em tese, os clientes am a receber atualizações mais frequentes das suas soluções, o que também seria vantajoso para eles.
Só que na prática, como mostra a pesquisa da Rimini, os clientes preferem ficar com o que tem (79% ficariam com as licenças perpétuas se pudessem adquirir e, só 8% aram para as subscrições), porque acham o novo método da Broadcom caro (45% falam em “limitações de orçamento”), estando ainda inseguros sobre o futuro (43% temem novos aumentos de preços por parte da Broadcom).
O problema não é só a , mas mudanças na forma como os produtos são agrupados, os aumentos significativos de preços resultantes para muitos clientes. Quase todos (92%) dos entrevistados antecipam novos aumentos de preços da VMware nos próximos 12 a 18 meses.
E o que a Rimini tem a ver com tudo isso, pode se perguntar o leitor. É simples: a Rimini ou a oferecer em maio uma oferta com serviços de e, segurança e consultoria para produtos VMware.
Talvez de maneira pouco surpreendente, a empresa destaca na sua pesquisa que 54% dos entrevistados consideraram adquirir e terceirizado e seguir com perpétua, 45% provavelmente consideraria.
A questão do e é chave. Os clientes podem ficar com as suas licenças perpétuas (pelo menos, até um eventual final do mundo ou da empresa, o que vier primeiro), mas isso não é uma tarefa fácil
A metade dos clientes pesquisados (51%) teme atrasos na solução de problemas num modelo de e próprio, por falta de expertise.
“Desistir do controle sobre licenças perpétuas devido a modelos de forçados pelos fabricantes é como entregar as chaves da sua casa quitada para alugar a mesma casa de um proprietário”, diz Rodney Kenyon, vice-presidente responsável pelo Rimini Custom.
Segundo a Rimini, o valor do serviço padrão do e para produtos VMware é comparável às taxas de e atuais pagas diretamente à VMware.
No meio tempo, os clientes podem analisar se querem migrar para o modelo de mensal ou trocam por outro fornecedor de plataforma de virtualização.
Na pesquisa da Rimini, a principal possível alternativa citada em termos de migrar eventualmente para concorrentes é o Hyper-V da Microsoft, com 69%, seguido pelo VirtualBox da Oracle e o Red Hat Virtualization, com 48%
Alternativas um pouco diferentes em termos de tecnologia como Nutanix ou os hyperscalers ficam com 19% e 13%, o que mostram que os clientes também estão satisfeitos com o conceito de virtualização tal e como ele foi colocado no mercado pela VMware a quase 20 anos atrás.
NOVA LINHA DE NEGÓCIOS
A entrada no nicho de virtualização é um campo novo para a Rimini. A empresa é mais conhecida pelo e a soluções de gestão empresarial da SAP e da Oracle, responsáveis pela maior parte de um faturamento de US$ 431,5 milhões no ano ado, alta de 5,3% frente a 2022.
Mas também é verdade que a oferta voltada para Oracle inclui produtos como o banco de dados e o Oracle Fusion Middleware, uma camada intermediária da Oracle entre os sistemas operacionais e os aplicativos empresariais. A Rimini é também parceira da AWS, então a empresa não é tão alheia a questões de infraestrutura.
A Lwart, uma empresa brasileira especializada em tratamento de óleo lubrificante usado, é uma das primeiras clientes no mundo da nova oferta de e terceirizado para ambientes VMware da Rimini Street.
Vale destacar que a Lwart já é cliente de e terceirizado da Rimini para o seu ERP da SAP desde 2022, e agora está ampliando também para o VMware, no qual está baseada a infraestrutura na qual roda o sistema de gestão.
BROADCOM
A Broadcom, uma gigante do setor de semicondutores, vem fazendo grandes investimentos na área de software que ninguém entende muito bem onde vão parar.
O primeiro desses movimentos foi a compra da CA, um negócio de US$ 18,9 bilhões fechado em 2018.
A CA não chegava a ser um player de ponta (muita da tecnologia da empresa era voltada para gerenciamento de mainframes), mas alguns clientes se queixam que a empresa deixou de investir nos seus produtos no meio tempo.
A VMware, responsável por popularizar o conceito de virtualização de servidores, é um caso bem diferente. As tecnologias da empresa são chave para muitos negócios que mantêm a própria infraestrutura de TI em casa.
Talvez mais atenta, a Broadcom já disse que iria investir US$ 1 bilhão em pesquisa e desenvolvimento na VMware, melhorando a experiência do usuário e integrações do produto.
Em abril, as autoridades antitruste da União Europeia deram uma pressão na Broadcom sobre as mudanças, e a empresa pareceu recuar um pouco na migração para o modelo de subscrição.
Foram estendidos prazos de e e oferecidas atualizações de segurança para os clientes de licenças perpétuas.