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Está falando luz no assunto cloud computing. Foto: flickr.com/photos/johnmueller/
O termo computação em nuvem orbita no mercado de TI há quase uma década. Apesar disso – e da intensificação dada pela indústria em seus discursos há pelo menos cinco anos – o tema parece não ter decolado plenamente em solo nacional.
De acordo com a IDC, a grande maioria das empresas brasileiras ainda está em fases muito iniciais quanto a cloud computing, com projetos como virtualização de parques de máquinas e consolidação de infraestruturas.
O assunto foi tema de um um debate durante o Red Hat Forum, evento que ocorre essa semana em São Paulo.
O diálogo que tinha como proposta inicial debater o tema “inovação” teve grande parte dos diálogos focados em nuvem, o que torna latente que muitos pontos ainda não foram totalmente compreendidos ou superados em relação ao conceito.
“Hoje, por uma questão de escolha, não levaríamos nosso core para nuvem de maneira nenhuma”, disparou Cristiano Fernandes, gerente de TI da BM&F Bovespa.
Christian Fujisaka, coordenador de data center do Grupo Abril, disse que a empresa de mídia, sim, vem adotando o conceito para tecnologias que não compõem o core de seu negócio.
“O nosso maior desafio é integrar clouds, atualmente, heterogêneas”, sintetizou Fujisaka.
Quando a discussão tocou o tema de inovação, reforçou-se muito a necessidade de que esse tipo de iniciativa tenha vínculos e traga retorno às organizações.
Isso, na visão do executivo da BM&F Bovespa não significa necessariamente apostar em uma postura de early adopter ou adotar uma tecnologia de ruptura. “Esperamos que o conceito tenha maturidade, segurança e e e aí sim fazemos inovação”, diz Fernandes.
Apesar da postura cautelosa expressada por Fernandes, um estudo recente da IDC indica que 76% dos líderes de negócio acreditam que a TI tem papel importante quando o assunto é inovação. E mais: 55% vem que inovar só é viabilizada com as áreas de tecnologia ou com parceiros.
Por outro lado, o mesmo levantamento da consultoria indica que apenas 20% dos gestores de TI participam dos comitês de inovação das organizações.
O que pode estar em curso é uma dissociação entre a realidade e a imagem dos profissionais sobre a própria atuação.
Um outro estudo recente da Dell mostrou que 49% dos decisores de TI de empresas brasileiras se considera "early adopter", ou seja, pioneiro na implementação de novas tecnologias, um pouco acima da média mundial de 42%.
Só 8% item que incorporam tendências em TI no momento em que as mesmas já estão consolidadas no mercado.
O problema é que, segundo os estudos clássicos sobre o assunto, os early adopters giram por regra em torno de 13% dos grupos. Os retardatários, por outro lado, costumam somar 16%.
“O CIO está em um momento importante de entender a mudança do papel dele”, comenta Luciano Ramos, coordenador de pesquisa de software da consultoria .
Tradicionalmente muito focado na operação e istração de máquinas, esses profissionais precisam achar brechas em suas atividades para virarem vetores de negócios, o que “não é simples pois ele tem um carga grande de trabalho para sustentar a estrutura tradicional”, observa o consultor.
“Vivemos uma mudança bastante radical”, sintetiza Lauro de Lauro, CEO da Dualtec Informática, para complementar: “O principal ponto é que as formas usadas antigamente não valem mais”.