
Giovani Luigi. Foto: Alexandre Lops/Inter.
O presidente do Internacional, Giovanni Luigi, disse à rádio Gaúcha na manhã desta sexta-feira, 14, que Porto Alegre corre risco devido a uma disputa entre o clube, a prefeitura e o governo do estado sobre quem paga a conta de R$ 30 milhões das estruturas temporárias exigidas pela Fifa.
“A negociação é complexa e se o problema não for resolvido, existe o risco de perdermos a Copa do Mundo. E ele não é pequeno. Esse é um problema da sociedade gaúcha”, disse Luigi no Gaúcha Atualidade.
Segundo revela a Zero Hora, contratualmente o custos de instalar geradores, cercas, infra de TI, máquinas de raio-x e outros equipamentos montados em torno do Beira-Rio para os jogos da Copa caberia contratualmente ao Inter, nos termos do acordo com a Fifa em 2009.
Porém, um “acordo de cavalheiros” previa que o poder público ajudaria o Inter a pagar a conta, afirma a ZH. Segundo apurou a Zero Hora, documentos oficiais relativos ao orçamento para 2014 da prefeitura de Porto Alegre previam um gasto de R$ 35 milhões com as estruturas temporárias para a Copa do Mundo.
Com a Copa se aproximando, parece que o tal acordo fez água, com as partes discutindo para ver quem pagará o valor.
Mais cedo, também no Gaúcha Atualidade, o secretário municipal da Copa, João Bosco Vaz, disse não haver segurança jurídica para investir verbas públicas nas estruturas temporárias. Uma ação do Ministério Público Federal tramita em Brasília pedindo que a Fifa pague esta conta.
Luigi considera que a parte do Inter já está sendo feita ao ceder a estrutura do Gigantinho para voluntários, o Centro de Eventos Arthur Dallegrave como centro de mídia e o entorno do estádio para montagem dos barracões temporários.
As declarações de Luigi podem ser entendidas no contexto da disputa como um blefe visando pressionar os governos municipal e estadual a assumir o custo, sob pena de pagar o preço político de perder os jogos.
“A sociedade gaúcha precisa dessa Copa. O Inter já tem o seu estádio novo, moderno. Será uma perda? Claro. Eu entendo que nós, gaúchos, perdemos muito. Muito mais do que a gente possa imaginar”, afirmou o presidente.
Caso se confirme a situação nos termos nos quais fala Luigi, Porto Alegre não será a única sede com problemas.
Curitiba, outra cidade na qual um clube de futebol está envolvido no circuito, está numa situação inclusive mais grave.
O Atlético Paranaense ficou sem recursos para concluir as obras do estádio, que já estão atrasadas, e o governo do Paraná solicitou ao BNDES empréstimo de R$ 65 milhões para a obra.
Oficialmente, a Fifa ainda não se manifestou, mas a Folha de São Paulo apurou nesta semana que a organização já prepara alternativas para realocar os jogos da Copa programados para acontecer na Arena da Baixada.
Vale lembrar que o plano inicial da Fifa era organizar a Copa em oito estádios e que por insistência do então presidente Lula acabaram sendo escolhidas 12 sedes.