SEGURANÇA

Crítico das urnas eletrônicas sai do país 6j2i

12 de junho de 2018 - 08:32
Diego Aranha, durante fala no Senado. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Diego Aranha, durante fala no Senado. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Diego Aranha, professor da Computação da Unicamp que se tornou conhecido por liderar pesquisas apontando problemas de segurança nas urnas eletrônicas brasileiras, está de saída do país.

O pesquisador começa no mês que vem a dar aulas na universidade Aarhus, a maior universidade da Dinamarca e uma presença frequente nas listas das 100 melhores do mundo.

“A decisão veio de uma desilusão generalizada com o estado completamente disfuncional do país. A (in)segurança da urna eletrônica é apenas mais um exemplo infeliz”, resume Aranha.

Aranha coordenou uma equipe de profissionais num teste de segurança promovido pelo Tribunal Superior Eleitoral em 2017. 

“Conseguimos, por exemplo, alterar mensagens de texto exibidas ao eleitor na urna para fazer propaganda a um certo candidato. Também fizemos progresso na direção de desviar voto de um candidato para outro”, disse Aranha recentemente em uma audiência pública realizada pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado.

As ações foram possíveis porque a equipe descobriu a chave de o ao sistema de arquivo do equipamento, o que permitiu ter o ao log e ao registro digital de votação. 

Segundo Aranha disse na ocasião, a equipe dele trabalhou em condições piores do que trabalhariam verdadeiros fraudadores, devido a restrições técnicas e de tempo impostas pelo tribunal, mas ainda assim foi possível explorar pontos vulneráveis para adulterar o software de votação e entrar no ambiente da urna eletrônica.

O Tribunal Superior Eleitoral afirmouna época que as falhas estavam sendo corrigidas e não haveria riscos quanto à votação de 2018. O problema não teria ocorrido em eleições anteriores porque foi identificado em uma atualização de sistema, segundo o tribunal. 

Aranha é um dos pequisadores mais destacados do tema criptografia no país, sendo membro do Comitê Consultivo da Conferência Internacional em Criptografia e Segurança da Informação na América Latina (LATINCRYPT) e da Comissão Especial de Segurança da Sociedade Brasileira de Computação (CESEG).

Recebeu em 2015 o prêmio Inovadores com Menos de 35 Anos Brasil da MIT Technology Review por seu trabalho com o voto eletrônico e Google Latin America Research Award para pesquisa em privacidade em 2015 e 2016. 

Ainda neste mês, o Supremo Tribunal Federal decidiu suspender a adoção parcial do voto impresso nas eleições de 2018, uma medida como um mecanismo para coibir fraudes.

A impressão do voto seria implantada em 5% das urnas, a um custo de R$ 57 milhões.

A Procuradoria Geral da República contestou a medida afirmando que se tratava de um "retrocesso para o processo eleitoral" ao amplia a possibilidade de fraudes e ameaça o sigilo do votos.

"É o triste fim de um trabalho duro de seis anos para provar que o nosso sistema de voto é inseguro. Eu decidi ser um cientista para melhorar a sociedade, mas talvez eu fui muito inocente de achar que isso era possível no Brasil", comentou Aranha no Twitter na ocasião.

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