
Michael Dell. Foto: divulgação.
Uma expressão de tranquilidade era evidente no rosto de Michael Dell em seu discurso de abertura do Dell World 2013, evento mundial da empresa iniciado em Austin nesta quinta-feira, 12.
Afinal de contas, este era o seu primeiro pronunciamento oficial após completar o processo de fechamento de capital da empresa que fundou em 1984.
"Me sinto como se estivesse na maior startup do mundo", disparou o executivo, que de um dormitório na Universidade do Texas, criou um negócio avaliado em US$ 24,4 bilhões, o preço pelo qual Dell e o fundo Silver Lake compraram as ações da empresa.
Para Dell, livre das amarras de acionistas, relatórios trimestrais e outros compromissos, a nova posição da companhia resultará na aceleração de iniciativas de inovação e a busca de novos mercados.
O plano anunciado pelo empresário vem no rastro da estratégia adotada nos últimos anos, em que a companhia investiu cerca de US$ 10 bilhões na aquisição de 18 empresas, como Wyse, Quest, Compellent e Kace, entre outras.
Durante o keynote, falando para colaboradores, parceiros e jornalistas, Dell itiu que este é um novo começo para a empresa. O sentimento é ilustrado em uma nova campanha publicitária que será veiculada a partir de 2014, quando a fabricante completará 30 anos.
Para o CEO, o novo começo significa inovação, e com isso ele quer dizer soluções de ponta-a-ponta, deixando de ser primordialmente uma fornecedora de soluções de hardware e investindo agressivamente em outros segmentos.
"Agora como uma companhia privada, temos a liberdade para fazer os movimentos ousados que são necessários. Nos sentimos livres e isso liberou a energia e criatividade em nossa empresa", revelou Dell.
Um dos novos anúncios neste sentido foi a criação de um novo fundo de venture capital da empresa, que investirá US$ 300 milhões em 2014, apoiando empresas iniciantes, com aportes de US$ 3 a 15 milhões.
Para estruturar a nova Dell, foram definidos quatro pilares para sua operação: transformar, conectar, informar e proteger, envolvendo áreas e produtos como equipamentos, software, serviços, segurança, big data e nuvem em ofertas integradas e escaláveis para diferentes negócios.
Agora, o desafio é levar esta informação aos clientes. Quem diz isso é Diego Majdalani, VP da Dell na América Latina.
"Já somos uma empresa com soluções ponta-a-ponta. Aceleramos nossa integração de produtos ao portfólio, e agora nossa capacidade de inovar e acompanhar o mercado e suas necessidades está mais veloz", ressalta.
PARCERIAS
Outras novidades divulgadas tem a ver com parcerias e principalmente com nuvem, um mercado até então pouco explorado pela multinacional.
Para Michael Dell, o plano é levar para a nuvem o mesmo tipo de revolução proposta pela fabricante quando entrou no mercado de PCs - ofertas íveis e de acordo com a preferência do consumidor.
Para isso, a fabricante firmou acordos com nomes grandes do segmento, como a Microsoft (Azure), Dropbox, Google, CenturyLink e Red Hat, que agora integram o programa Dell Cloud Partner.
No caso da Red Hat, a fabricante ará a oferecer sistemas que am a plataforma OpenStack para empresas. A parceria com a Microsoft envolve o Azure e o uso das plataformas Hyper-V.
Com isso, a empresa quer se tornar um ponto comum para integrar software, hardware e e para a criação de nuvens - sejam elas públicas, híbridas ou privadas.
Leandro Souza cobre o Dell World 2013 em Austin à convite da Dell.