PROVEDORES EM GUERRA

Deutsche Telekom encerra neutralidade 5lu5j


30 de abril de 2013 - 12:31
Internet cadeada? DT anuncia fim da neutralidade e gera polêmica. Foto: Flickr.com/scienceprogress

Internet cadeada? DT anuncia fim da neutralidade e gera polêmica. Foto: Flickr.com/scienceprogress

A Deutsche Telekom anunciou o fim da neutralidade de sua rede de Internet na Alemanha.

Como primeira medida, a companhia definiu um limite mensal de uso da rede de 75 GB para os clientes de conexões fixas à Internet.

Segundo a operadora, a mudança trará mais controle sobre o tráfego de dados e os valores pagos pelo uso.

A DT também decidiu que, a partir do consumo da franquia, os serviços de conteúdo prestados por qualquer outro provedor que não a própria operadora alemã serão automaticamente limitados a velocidades de 384kbps.

Trocando em miúdos, a partir do limite, o consumidor só conseguirá ar serviços do catálogo da própria

Deutsche Telekom, o que inviabiliza a concorrência de provedores de serviços como, por exemplo, Netflix, que compete com um serviço de filmes oferecido pela DT.

A decisão não deixou muito contente o governo alemão. O ministro da Economia, Philipp Rösler, enviou uma carta ao presidente da operadora afirmando que o executivo, assim como órgãos de proteção aos consumidores do país, vão acompanhar “com cuidado” o tratamento dado “aos serviços da própria DT e de outros em termos de neutralidade de rede”.

O fato é que a decisão da DT expõe uma questão ainda instável no mundo da banda larga. Até hoje, somente a Holanda tem uma legislação definida para a neutralidade de rede.

A neutralidade da Internet significa que todas as informações que trafegam na rede devem ser tratadas da mesma forma, navegando a mesma velocidade, permitindo o igualitário de informações a todos, sem quaisquer interferências no tráfego online end-to-end.

Muito democrático, não fosse o debate que entra em cena entre provedores de serviços da Internet (ISPs) e provedores de banda larga (IBPs), envolvendo temas como, por exemplo, a difusão de aplicações que usam muita largura de banda (P2P), que demandam maior investimento no desenvolvimento da rede e que são incompatíveis com os modelos de cobrança dos provedores, entre outros pontos cabeludos.

No Brasil, o debate ainda tem campo pela frente, e o Congresso Nacional segue às voltas com o projeto de lei sobre o Marco Civil da Internet.

Hoje, no país há uma participação massiva de operadoras assim como ocorre na Alemanha, onde a DT tem mais de 80% de market share na telefonia fixa, fatia de um terço da telefonia móvel, na banda larga, é a líder, com 46% dos os.

No Brasil, a Oi fica com 62% das ofertas de Internet na região 1 (Rio de Janeiro ao Amazonas) e a BrT, que é da Oi, tem 50,4% na região 2 (Centro-Oeste e Sul).

Vale lembrar que nos dois países a questão corre ao redor de empresas que começaram estatais e foram privatizadas posteriormente.

A DT segue este modelo. No Brasil, a BrT resulta do leilão de privatização da Telebrás, em 1998, quando a empresa foi dividida em 12 companhias: três de telefonia fixa (Telesp, Tele Centro Sul e Tele Norte Leste), oito de celular (Telesp Celular, Tele Sudeste Celular, Telemig Celular, Tele Celular Sul, Tele Nordeste Celular, Tele Centro Oeste Celular, Tele Leste Celular e Tele Norte Celular) e uma de telefonia de longa distância (Embratel).

A Tele Centro Sul foi, depois, renomeada como Brasil Telecom e arrematada pelo consórcio liderado pelo Banco Opportunity, Telecom Itália e fundos de pensão.

Em 2008, a Oi anunciou a aquisição da BrT por R$ 5,8 bilhões.

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