
Mariano Gordinho.
Os distribuidores de tecnologia brasileiros tiraram o pé da lama no ano ado, acumulando um faturamento de R$ 11,3 bilhões, o que representa um crescimento de 7,6% na comparação com 2016.
Os dados são de uma pesquisa da IT Data feita para a Associação Brasileira da Distribuição de Tecnologia da Informação (Abradisti). Para 2018, a previsão da entidade é que o setor cresça num ritmo parecido, chegando a R$ 12 bilhões.
Talvez fosse mais exato dizer que o setor de distribuição alcançou o fundo do poço, quando a única coisa a fazer é começar a subir.
Em 2010, ano que Abradisti divulgou sua primeira pesquisa, o mercado era de R$ 12,4 bilhões, o que é um valor maior do que o obtido em 2017 e mesmo da previsão para 2018. Na época, o crescimento era de 10%.
“Vivemos um cenário de transformação, no qual os clientes querem mais eficiência e menores custos, o que impacta diretamente o nosso negócio”, avalia Mariano Gordinho, diretor-executivo da Abradisti.
Uma história em particular resume que está rumo a se tornar uma década perdida para as empresas de distribuição, principalmente as de capital brasileiro.
A Officer, que em 2013 projetava faturar R$ 1,8 bilhão, entrou no vermelho em 2014 e pediu concordata em outubro de 2015, com uma dívida de R$ 148,3 milhões no final do primeiro semestre.
A Ideiasnet, fundo que controla a Officer, atribuiu a situação na época à crise econômica e ao consequente atraso nos pagamentos por parte dos clientes.
Em julho de 2016, a empresa fechou um acordo com os credores e reestruturou sua dívida. A meta de faturamento foi estabelecida em R$ 200 milhões, uma sombra do ado.
Enquanto as brasileiras patinavam, multinacionais como Arrow, ScanSource e Westcon, aproveitaram os anos ruins para comprar as grandes concorrentes nacionais no segmento e solidificar sua situação. Elas dominam o topo da pirâmide hoje.