
Mariano Gordinho, diretor executivo da Abradisti.
O número de revendas de TI que consistem em uma atividade de subsistência do seu dono está em alta.
De acordo com a 6ª Pesquisa Inédita Setorial dos Distribuidores de TI e o 5º Censo de Revendas da Associação Brasileira dos Distribuidores de Tecnologia da Informação (Abradisti), o número empresas com apenas um profissional, ou seja, o proprietário, representam 28,7% dos entrevistados, contra 25% em 2014.
“Este é um forte indício de que o revendedor de produtos de TI se tornou um consultor que não possui loja, apenas um escritório comercial ou atua em home office”, afirma Mariano Gordinho, diretor executivo da Abradisti.
Empresas sem ponto de venda físico já chegam a 57,6%, uma alta frente aos 52% registrados em 2014. Do total do ano ado, 36,5% trabalham em um escritório e 21,1% afirmam adotar o modelo home-office.
O levantamento foi feito pelo IT Data junto a mais de 1,8 mil revendas em todas as regiões do país durante o ano de 2015 mostra ainda que o número de “até 5 funcionários” correspondia a 68% das revendas. No estudo mais atual, esse número caiu para 66,6%.
As revendas com mais de 20 colaboradores equivalem a uma parcela de apenas 9,5% de participação de um mercado estimado em mais de 30 mil comerciantes.
“A operação dessas empresas está mais na prestação de serviços e menos focada na venda de produtos, que geralmente acontece sob encomenda ou pela internet”, explica Gordinho.
Vale ressaltar que a receita proveniente dos serviços já representa 40,5% na média nacional. Já a venda de hardware caiu de 31,4% para 26,9%.
O encolhimento das empresas do setor não acontece no vácuo: ele é consequência do desempenho das vendas como um todo, afetadas pela alta do dólar e a crise econômica.
De acordo com a mesma Abradisti, o segmento fechou 2015 com uma queda de mais de 8% no seu faturamento.
Para 2016, a estimativa é que o mercado de TI no Brasil cresça 2,8% no segmento corporativo e que haja um recuo de 6,8% nas vendas para pessoas físicas. Se a previsão se concretizar, haverá um crescimento de apenas 0,8% do mercado.
Com a inflação na faixa dos 10% e para um real de R$ 3,90 a retração real pode chegar a 14,7%, efetivamente transformando muitas “revendas de um homem só” em desempregados.