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Officer em queda. Foto: divulgação.
A Officer, uma das maiores distribuidoras nacionais de produtos de informática, entrou em concordata na última sexta-feira, 19, após oficializar o seu pedido de recuperação judicial.
A decisão vem no rastro de um endividamento líquido de R$ 148,3 milhões no final do primeiro semestre de 2015 e um prejuízo acumulado de R$ 21 milhões no período. O faturamento da companhia ficou na casa dos R% 570 milhões. A informação é do Valor.
O resultado divulgado está bem abaixo das previsões da companhia, que tinha uma receita esperada de R$ 1,5 bilhão para 2015
Segundo a Ideiasnet, controladora da Officer, os maus resultados vieram em decorrência do agravamento da crise econômica pela qual o país a, assim como o atraso no recebimento de faturas e a dificuldade de estabelecer políticas razoáveis de financiamento para seus clientes.
"Não obstante os esforços dos acionistas e da istração na negociação com credores e redução de suas dívidas, o pedido de recuperação judicial configurou-se como a alternativa mais adequada diante da situação econômico-financeira da Officer", informou a Ideiasnet em nota.
Desde o ano ado, a distribuidora estava empregando novas políticas internas para buscar outras fontes de faturamento e enxugar sua estrutura interna.
A empresa reduziu seu quadro de funcionários, renegociou com fornecedores e reestruturou sua dívida bancária. Outro plano, iniciado no ano ado, foi o início da venda de softwares pelo modelo cloud, com o plano de fazer o modelo responder por 50% das vendas de software.
Além disso, no primeiro semestre, a Ideiasnet realizou um aumento de capital de R$ 48,7 milhões na controlada 5225 Participações, destinando os recursos para quitar dívidas bancárias da Officer, que ainda representa o maior bolo da controladora. A Officer responde por 84% do faturamento da Ideiasnet, segundo os resultados do primeiro semestre.
Apesar dos esforços, uma possível derrocada da Officer já se desenhava desde o ano ado, quando a empresa fechou o ano no vermelho. Segundo dados revelados em outubro do ano ado, a companhia teve de janeiro a setembro uma receita de R$ 894,5 milhões, recuo de 9,1% sobre igual período de 2013.
Outro golpe sofrido pela companhia foi a saída de Ronaldo Miranda, que deixou o cargo de CEO para a assumiu o posto de country manager da Arrow, gigante internacional do mercado de distribuição que comprou a CNT Brasil no ano ado.
De fato, o cenário dos distribuidores de tecnologia não é dos melhores. Segundo dados da Associação Brasileira dos Distribuidores de Tecnologia da Informação (Abradisti), 2014 teve um faturamento estimado em R$ 12,6 bilhões, queda de 5% em relação ao valor de R$ 13,3 bilhões registrado no ano ado.
Outro provável baque para a Officer foi a concorrência pesada trazida pela chegada de multinacionais como a própria Arrow, ScanSource (que comprou a Network1) e a Westcon, que anunciou uma reformulação de sua estrutura no Brasil, unificando a liderança de suas unidades de negócio e impulsionando o desenvolvimento de soluções voltadas a novos modelos de consumo - entre eles cloud e SaaS.
Com 12 mil revendas parceiras, a Officer tem centros de distribuição em São Paulo, Paraná e Espírito Santo, além de escritórios regionais em Porto Alegre, Belo Horizonte e São Paulo.
A empresa trabalha com uma longa lista de parceiros incluindo APC, Apple, CA, Cisco, Corel, EMC, HP, IBM, Intel, Iomega, Kingston, Lenovo, Lexmark, LG, Linksys, Mega, Memowise, McAfee, Microsoft, Motorola, Oracle, Seagate, Smart Modular Technologies, Sony, Symantec, Totvs e VMware.