
Carlos Bassi. Foto: divulgação.
A Vitalbox, startup lançada no fim de 2012 por um grupo de executivos ex-SAP, apresenta uma ferramenta online de cálculo de riscos à saúde, com meta de alcançar 500 mil usuários e faturar R$ 6 milhões no primeiro ano de mercado da solução.
O lançamento tem invetimento de R$ 4,5 milhões, por parte de oito investidores anjo e um family office que a companhia prefere manter em sigilo, além dos próprios fundadores, time que reúne Carlos Bassi, Marcos Cacalis, Eduardo Quevedo e Carlos Gomes.
Bassi soma 11 anos de SAP, onde foi diretor de vendas, soluções, relacionamento com o cliente e consultoria, entre outros cargos, além de ar por empresas como Totvs (na época, ainda Logocenter) e HP.
Já Gomes foi, na SAP, diretor global de Educação, VP deste setor para a América Latina e diretor de Serviços para o Brasil, além de gerente Senior de consultoria. A carreira do executivo também a por co-fundação da iLab Sistemas, CIO da Usina São Carlos e coordenador de Sistemas da Ticket Restaurante do Brasil
Quevedo foi diretor de Negócios da SAP Brasil de 1995 a 2009, além de co-fundador da Troyt Partners.
Cacalis atuou como diretor de consultoria da SAP Brasil, diretor da empresa alemã para PCN (Premier Network Customer), diretor de produtos para o consumidor e varejo, gerente de projeto, consultor de finanças e controladoria. Fora da SAP, foi analista de sistemas da Bridgestone.
“Nossa meta é popularizar a saúde preventiva através de uma ferramenta de fácil uso e que diminua os custos com tratamentos médicos”, comenta Bassi.
Para tanto, a startup se baseia em tecnologia desenvolvida por universidades como Duke e Harvard, e protocolos do Ministério da Saúde brasileiro e do US Preventive Services Task Force para lançar um algoritmo que permite calcular o risco individual de doenças cardíacas, vasculares, diabetes e outras enfermidades crônicas não transmissíveis.
A probabilidade das doenças é calculada a partir de informações inseridas pelo próprio usuário, como frequência cardíaca, peso, pressão arterial, perfil das atividades físicas e padrão alimentar.
Após o preenchimento dos dados, a plataforma gera uma avaliação personalizada de riscos à saúde chamada de Saudômetro, que calcula a chance de desenvolvimento de quadros crônicos e estabelece metas de melhoria.
A solução tem várias formas de contratação, começando pela gratuita para o usuário final.
Nesta opção, uma empresa contrata a solução e patrocina o uso da mesma por colaboradores ou pessoas físicas autorizadas.
“Por exemplo, a Boehringer-Ingelheim está patrocinando atualmente usuários que querem usar a ferramenta, mas não podem pagar pela utilização”, comenta Cacalis.
Na segunda opção, empregadores, seguradoras ou outras entidades bancam a utilizam para a populações sob sua cobertura.
As organizações contratam a ferramenta diretamente da Vitalbox ou de uma de suas corretoras de saúde ou seguradoras parceiras, e pagam R$ 2,49 por vida/mês.
“Um dos benefícios, além do cuidado preventivo com a saúde dos funcionários ou segurados, são os mapas epidemiológicos da população e as simulações, que são fundamentais para direcionar os programas corporativos de bem-estar”, ressalta Quevedo.
Outra forma é a contratação direta por pessoas físicas, que pagam para uso próprio.
Em meio a todas as opções, há, ainda, a liberdade de variação.
“Por exemplo, se você criar hoje uma conta na Vitalbox e não puder pagar, será patrocinado. Se, no futuro, sua empresa oferecer o programa, você poderá migrar para a conta corporativa. Se você deixar a empresa, poderá optar por pagar ou ser patrocinado novamente. O foco é no participante”, explica Bassi.
Para ser lançada, a ferramenta ficou dois anos em desenvolvimento, em parceria com a Biosignia, empresa norte-americana de ciência e tecnologia que conta com o apoio de universidades como Duke, Cornell e University of Washington.
Agora, a Vitabox investe em uma fase de integração com laboratórios e hospitais, com a oferta de recursos para atualizar automaticamente o prontuário do usuário com resultados de exames.
“E a versão mobile já estão em etapa de testes”, comenta Bassi.
MERCADO
De acordo com um estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) realizado em 2011 nos 34 países integrantes da entidade, para cada dólar investido em prevenção de saúde, economizam-se três.
As ações preventivas englobam a promoção de hábitos saudáveis e ferramentas de auxílio na prevenção de riscos e doenças.
Para a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), os programas de prevenção de riscos representam o futuro econômico das operadoras.
O campo é tão atraente que diversas companhias têm investido nele massivamente.
Alguns exemplos são a Sul América Saúde, que em janeiro de 2012 anunciava investir cerca de R$ 1,5 milhão por mês no seu programa Saúde Ativa, que já havia atendido a 200 mil segurados, e a Camed, operadora que implantou o seu primeiro programa há 28 anos e no ano ado comemorava a participação de mais de 39 mil beneficiários.