Tamanho da fonte: -A+A 2vl4s

O maior supercomputador da América Latina, batizado de Santos Dumont, está desligado. Foto: Divulgação.
O maior supercomputador da América Latina, batizado de Santos Dumont, está desligado. Presente no Brasil desde o ano ado, o equipamento não está em operação por falta de dinheiro para pagamento das contas de luz do Laboratório Nacional de Computação Científica, em Petrópolis.
Os valores gastos com energia chegam a R$ 500 mil por mês, mas o governo não reajustou o orçamento da unidade, segundo informações da Rádio CBN. Com isso, 80% dos recursos do laboratório teriam que ser destinados para a conta de luz, o que torna inviável o funcionamento integral do supercomputador.
Com isso, o diretor do LNCC, Augusto Gadelha, relata que seis pesquisas estão atrasadas e outras 75 estão na fila para serem iniciadas.
“No mês de maio, vimos que não havia a possibilidade de manter o computador ligado e tivemos a decisão de desligá-lo, diante da imprevisibilidade de chegada dos recursos para a energia elétrica”, explica, em entrevista a CBN.
O supercomputador Santos Dumont é até um milhão de vezes mais rápido do que um notebook comum. Desde a chegada no laboratório, uma das poucas tarefas concluídas pelo equipamento foi identificar cadeias de proteínas que podem ser usadas em tratamentos contra o Mal de Alzheimer em três dias. Pesquisas similares, feitas em laboratórios comuns há mais de três anos, não alcançaram este resultado.
Uma das pesquisas que está parada atualmente está ligada ao mapeamento genético do vírus da zika.
“A paralisação dessa máquina traz prejuízos incalculáveis para a comunidade científica. São projetos voltados para doenças como a zika e a dengue, para modelagem do sistema vascular (que é importante para profissionais de cardiologia) e projetos na área de energia, petróleo e gás”, detalha o chefe do Sistema Nacional de Processamento de Alto Desempenho, Antônio Tadeu.
A paralisação do supercomputador também pode causar danos ao equipamento.
“Não só a máquina, em si, mas toda a infraestrutura de e ao equipamento pode sofrer danos pela paralisação. A máquina é toda refrigerada à água. Ela é como se fosse um carro, com óleo e refrigerada a líquidos, em seu interior. Então todas essas peças podem sofrer danos se ficarem sem uso. Um equipamento eletrônico não pode ficar parado”, explica o coordenador de tecnologia do laboratório, Wagner Leo.
Nos últimos dias, o supercomputador ou a ser ligado por algumas horas, fora do horário de pico, para evitar os danos em sua estrutura.
Projetada pela Bull, marca de software e produtos tecnológicos da Atos, o equipamento tem capacidade para realizar 1,1 milhão de bilhões de operações por segundo.
O Supercomputador chegou a Petrópolis em 4 de julho de 2015. Quatro caminhões especiais foram necessários para transportá-lo até as instalações do LNCC. Os testes do equipamento começaram em agosto.