EXPLICADO

Faurgs: pau no app foi ataque hacker 72732n

Fundação acredita em DDoS contra aplicativo hospedado na Azure. 1q32

25 de novembro de 2021 - 06:11
Todo mundo de olho no drama da prévia do PSDB. Foto: flickr.com/photos/isolano/

Todo mundo de olho no drama da prévia do PSDB. Foto: flickr.com/photos/isolano/

A Fundação de Apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Faurgs), responsável pelo aplicativo de votação que falhou durante as prévias do PSDB, acredita que o problema foi causado por um ataque hacker.

Em nota divulgada nesta quarta-feira, 24, a Faurgs afirma que considera “muito plausível a ocorrência de um ataque de hackers ao aplicativo”.

Na hipótese da Faurgs, o ataque foi do tipo negação de serviço, quando é produzido um excesso de os a um site ou plataforma, visando tirar ele do ar, o que é chamado no jargão de TI de um ataque DDoS.

Ainda de acordo com a nota, a apuração interna da Faurgs mostrou um número de os “incompatível” com o número de eleitores cadastrados.

Reforça a hipótese, na versão da Faurgs, o fato de que o aplicativo funcionou “perfeitamente” entre 7h e 8h15, computando cerca de 2 mil votos. Depois disso, só entraram outros 1 mil. O número total de eleitores cadastrados é 44.828.

A Faurgs também abriu que o aplicativo, com funcionalidades de reconhecimento facial, roda na nuvem da Microsoft, a Azure, que tem “capacidade para muito mais os do que o tamanho do colégio eleitoral”.

“A instabilidade, portanto, se deu por condições externas ao aplicativo”, conclui a Faurgs, agregando ainda que “garantidas as condições normais”, o aplicativo, está apto para sua utilização. O projeto custou entre R$ 1,3 milhão e R$ 2 milhões oriundos do fundo eleitoral, segundo que jornal fale do assunto.

Com a entrada em cena da Microsoft, se formou uma situação familiar para muitos gerentes de TI: a dificuldade em atribuir responsabilidades em projetos com diferentes fornecedores.

Vale lembrar que a Microsoft, como outros grandes players de nuvem, gosta de divulgar a sua capacidade de resistir a grandes ataques do tipo DDoS.

Ainda em outubro, a Microsoft divulgou que um cliente com aplicação hospedada na Azure resistiu a um ataque de negação de serviço que chegou a enviar 2,4 terabytes de dados por segundo.

O que vai acontecer agora em relação ao app não está claro, assim como tudo na prévia do PSDB para eleger o seu candidato à presidência em 2022.

Um dia antes da nota da Faurgs, na terça, 23, o PSDB anunciou que a Relatasoft, uma empresa sediada em Campinas especializada em votações eletrônicas, será a responsável por dar um jeito nas prévias.

A decisão foi tomada depois de dois dias de espera por uma posição da Faurgs sobre a causa dos problemas no seu app.

De acordo com a CNN, durante nova reunião técnica na terça, na sede do partido em Brasília, houve “mal-estar” com a falta de conclusões por parte da fundação gaúcha. 

Em nota divulgando a escolha, o PSDB queimou publicamente a Faurgs, afirmando que foi “vítima de um problema técnico nas prévias” e que a fundação ainda não havia apresentado um diagnóstico do ocorrido.

Mas, numa reviravolta um dia depois, o PSDB disse que dispensou a Relasoft, porque os testes feitos na noite "não foram totalmente satisfatórios".

O partido informou também que já existem reuniões e testes programados com outras empresas e entidades, cujos nomes ainda não foram revelados.

O segundo turno da eleição está marcado para o próximo domingo, 28.

As suspeitas se adensam porque a votação pelo app é mais importante para o governador de São Paulo, João Doria, do que para o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, os dois principais candidatos na disputa. 

Doria, aliás, disse numa nota sobre o tema que a Faurgs era sediada em Pelotas, insinuando uma conexão com Leite, que foi prefeito na cidade. Na verdade, a Faurgs é sediada em Porto Alegre.

São Paulo representa 62% dos cadastrados para votar e o grupo de filiados sem mandato é o seu principal trunfo no pleito.

Leite, por outro lado, tem mais apoio entre os eleitores com mandato, deputados e senadores, cujo voto pesa mais na primária. Além disso, eles votaram presencialmente, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. A votação presencial não teve problemas.

Olhando por outro lado, as falhas no aplicativo de votação parecem ser um caso de adaptação ao modelo de gestão interna do PSDB, no qual prévias marcadas pelo caos tem um papel especial.

A prévia de ontem não foi exceção. O longo período de espera no domingo acabou sendo marcado por episódios de brigas entre correligionários, em uma delas, dois homens por pouco não se agrediram fisicamente.

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