
Cleber Prodanov, reitor da Feevale. Foto: Divulgação.
A Feevale, universidade sediada em Novo Hamburgo, na região metropolitana de Porto Alegre, ingressou no final do ano ado no Pacto Alegre, uma iniciativa que visa promover o ecossistema de inovação na capital gaúcha.
A movimentação é chamativa, porque o Pacto Alegre é uma iniciativa lançada em 2019 por UFRGS, PUC-RS e Unisinos, as três maiores universidades gaúchas, sendo as duas primeiras sediadas na capital.
A Unisinos é sediada em São Leopoldo, uma cidade vizinha a Novo Hamburgo.
Ambas instituições tem operações em Porto Alegre. A Unisinos inaugurou um campus universitário em 2016, ao qual somou uma nova unidade da sua incubadora de empresas no começo de 2021.
A presença da Feevale é um pouco mais recente: a universidade inaugurou no final de 2019 o Hub One Porto Alegre, uma operação do parque tecnológico da universidade instalada em um prédio de sete andares com espaço para startups, empresas e cursos de graduação, pós-graduação e in company.
“O Hub é um espaço para o compartilhamento de conhecimento e soluções inovadoras, que contribui, de forma significativa, para a transformação de ideias em negócios. Ao ingressarmos no Pacto Alegre, nos juntamos à UFRGS, PUC-RS e Unisinos com a tarefa de fortalecer o ecossistema de inovação”, afirma Cleber Prodanov, reitor da Feevale.
A Feevale adquiriu o status de universidade em 2010, tendo assim menos tradição que as demais integrantes do Pacto (a mais recente é a Unisinos, fundada em 1969).
Por outro lado, o reitor da Feevale é diretamente engajado no assunto inovação, no qual é atuante desde os anos 90. Prodanov foi presidente do parque tecnológico da instituição, pró-reitor de Inovação e secretário de Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul entre 2011 e 2015.
O Pacto Alegre é uma iniciativa com grande visibilidade na capital gaúcha, que funciona em duas dimensões: uma é a relação entre as três universidades fundadoras, às quais agora se soma a Feevale.
As instituições têm a meta ousada de deixar do lado anos de competição por alunos para trás e trabalhar de maneira mais próxima para fortalecer suas áreas de pesquisa e tornar Porto Alegre mais atrativa para empresas e profissionais, revertendo uma tendência estabelecida de migração de mão de obra para outras partes do Brasil e o exterior.
A outra dimensão é externa e envolve a promoção de diversas ações visando o desenvolvimento do ecossistema de tecnologia da cidade, como incentivos para instalação de empresas, formação de mão de obra qualificada e digitalização do governo.
Essa segunda agenda (que na verdade, complementa e expande a pauta interna das universidades) tem a adesão de 80 entidades empresariais e patrocinadores de peso como Agibank, RBS e Sicredi.
As empresas, entre as maiores do Rio Grande do Sul, financiaram a contratação de Josep Piqué, até recentemente Presidente da Associação Internacional de Parques Científicos e Áreas de Inovação (IASP) e um especialista quando o assunto é sacudir cidades por meio de projetos desse tipo.
Piquet foi um idealizadores do Barcelona @22, um projeto de revitalização de uma área industrial dentro da cidade espanhola, o que o tornou uma autoridade mundialmente reconhecida no assunto.
“Essas entidades entendem a importância do Pacto Alegre e se disponibilizam a trabalhar junto com as demais, de forma sinérgica, em prol da cidade e, até mesmo, do estado”, afirma o coordenador do Pacto Alegre, Luiz Carlos Pinto.
Pinto, um professor de carreira da UFRGS, onde foi diretor da Escola de Engenharia, é também secretário de Inovação de Porto Alegre, o que mostra o tipo de sinergia existente entre as universidades e poder público na capital gaúcha.