
Felipe Dezotti, CIO do Finaxis. Foto: divulgação.
O Finaxis, um dos líderes brasileiros no segmento de istração de fundos de investimentos em direitos creditórios (FIDCs), expandiu a sua cloud privada em projeto realizado com o Grupo Lume, paranaense que é um dos principais parceiros IBM do país.
A instituição financeira, que conta com escritórios em Curitiba e São Paulo, tinha uma estrutura de data center dentro do escritório da capital paranaense, bem como um centro de processamento de dados em São Paulo.
Além disso, o banco tinha um contrato com um data center terceirizado para replicação de dados e recuperação de desastres.
Assim, o DC de Curitiba era responsável por manter toda a operação e o terceirizado era acionado apenas no caso de alguma falha crítica.
“Então tínhamos uma série de questões. Desde como garantir a refrigeração, de ter uma contingência de ar condicionado, até ter uma estrutura de gerador dedicada para o nosso datacenter no caso de alguma falha de energia elétrica. Até se chovia em Curitiba já dava um certo aperto de que, se precisasse, a gente teria que atuar”, conta Felipe Dezotti, CIO do Finaxis.
No caso da recuperação de desastres ser acionada, acontecia um delay que deixava a operação fora do ar por um período que variava entre cinco e 15 minutos.
“Em cinco minutos, pode se ar muita coisa. Então nós tínhamos a necessidade de mudar esse modelo e não ter o delay, melhorar o RPO e o RTO (etapas do plano de recuperação de desastres), como também ter uma melhora no que diz respeito à capacidade de processamento para atender o cliente cada vez mais rápido”, conta Rubens Dzibanskei, gerente de infraestrutura e operações de TI do Finaxis.
A empresa começou, então, a pensar em uma solução de data center ativo-ativo para que o processo acontecesse em tempo real e fosse possível chavear do lado A para o lado B sem que os clientes percebessem.
Depois de evoluir as discussões, entendendo custos e o que que seria uma infraestrutura melhor, quais equipamentos poderiam continuar e quais precisariam ser adquiridos, a companhia optou pela Lume como fornecedora.
“Em um projeto deste, você tem um grande número de equipamentos envolvidos. A Lume representa vários players de mercado e consegue colocar diferentes soluções dentro de um projeto sem a necessidade de envolver diretamente várias empresas. Além disso, tem expertise e está preparada com o conhecimento de maneira aprofundada em cada tema abordado”, explica Dzibanskei.
Para atender os requisitos de uma cloud privada, considerando o custo-benefício das tecnologias, a instituição financeira escolheu os servidores IBM Power Scale Out, IBM Storage Storwize, NVidia Networking e Vmware vSphere.
Para a implantação do projeto, as empresas montaram um time de 17 pessoas com profissionais da Lume e do Finaxis, entre eles especialistas de rede, storage, RISC, data center e backup.
Totalizando quase 16 meses de trabalho, a virada do projeto foi realizada em abril de 2022, no feriado de Páscoa. Na quinta-feira à noite, foram desligados os data centers antigos e, na segunda-feira, os colaboradores já voltaram a trabalhar normalmente.
“A nossa necessidade de manter a operação ativa é muito grande. Imagina se nessa virada, na segunda-feira de manhã, não tivesse funcionando? O Banco Central ia ligar aqui para perguntar porque o banco não abriu. Então era um projeto muito crítico e muito complexo”, destaca Dezotti.
No novo modelo, a empresa conta com dois data centers, ambos chamados de principais. Localizadas em Curitiba, as infraestruturas foram implantadas numa distância adequada para que, caso um desastre afete um DC, não afete o outro.
“Esses dois data centers trabalham no modelo ativo-ativo. Ou seja, se um dos data centers explodirem ou uma fibra óptica conectada a eles for rompida, o outro assume a operação de maneira transparente. Assim, o nosso colaborador interno ou o nosso cliente acaba nem percebendo que uma falha crítica dessa aconteceu”, explica Dezotti.
Toda a parte de processamento e de armazenamento do Finaxis estão nesses dois data centers. Com isso, o banco aumentou a capacidade da sua cloud privada em 60% e de processamento, em mais de 30%.
Segundo o CIO da instituição, o projeto trouxe eficiência na alocação de capital e, principalmente, a tranquilidade em saber que situações de falhas, que podem acontecer e são normais, não vão afetar a operação.
“Poder colocar a cabeça no travesseiro tranquilo toda noite é um dos pontos muito importantes. Temos melhorias operacionais com melhorias financeiras. É o que todo projeto deveria sempre buscar e, fazendo um balanço desse ano, eu vejo que isso foi fortemente atingido por esse projeto”, avalia Dezotti.
Além da nuvem privada, o Finaxis também tem alguns projetos específicos e não críticos em nuvens públicas da Amazon Web Services (AWS) e da Microsoft Azure, mas nada em larga escala.
“O grande segredo é fazer esses dois mundos funcionarem e coexistirem. Então você tem a opção de, conforme cada característica de cada projeto, tomar a decisão de onde ele vai rodar”, opina Dzibanskei.
Constituída em 2010 ainda como Banco Petra, a instituição ou a se chamar Finaxis em 2016 e é especializada na estruturação, istração e custódia de fundos de investimento. Hoje, istra R$ 17 bilhões em mais de 100 fundos de investimento.
Há mais de 30 anos no mercado, o Grupo Lume já implantou mais de 900 soluções em mais de 5 mil clientes. Entre eles, estão nomes como Weg, Renault, Itaipu Binacional, Electrolux e Governo de Brasília.