
Rogério Fava não é mais CIO da Vale.
Segundo informações obtidas pelo Baguete Diário, existem outras saídas em andamento no departamento de TI da mineradora, uma das maiores empresas do Brasil, com lucro de R$ 30,1 bilhões em 2010.
A reportagem entrou em contato com a Vale, que ainda não se posicionou sobre o assunto.
Fava assumiu o posto de CIO da Vale em 2008, vindo da Unilever, onde havia sido contratado em 2000 para assumir a diretoria de tecnologia para a América Latina do Grupo Unilever Brasil.
A saída do executivo se dá em meio ao que deve ser o maior projeto de ERP em andamento no Brasil.
Em dezembro de 2010, a Vale assinou um contrato com a SAP para implementar soluções da companhia alemã.
Fontes de mercado revelaram ao Baguete que o negócio foi o maior da multinacional no país no ano, chegando a R$ 60 milhões.
O caso é que a Vale, onde o ERP E-Business Suite entrou em operação em 1º de setembro de 2004, é o maior cliente da Oracle no Brasil.
De acordo com reportagens da época, a implementação custou US$ 55 milhões e chegou a mobilizar até 500 profissionais nos momentos de pico.
Mudanças na cúpula
A Vale ou por mudanças na alta istração em abril, quando o executivo Murilo Ferreira assumiu no lugar de Roger Agnelli após 10 anos de cargo.
Ferreira, que chegou a presidir os negócios da companhia no Canadá, era tido como o candidato favorito da presidente Dilma Rousseff para a posição.
A saída de Agnelli e a entrada de Ferreira aconteceram em um contexto de pressão do governo por mudanças na política de investimentos da Vale, que tem um orçamento de US$ 24 bilhões para gastar em 2011.
O foco de Agnelli – que multiplicou o lucro da empresa dez vezes entre 2001 e 2010, ano em que a Vale atingiu R$ 30 bilhões – era a internacionalização do negócio.
Brasília quer que a empresa invista em siderurgia e participe na construção de hidrelétrica e obras de infraestrutura.
Embora a Vale tenha sido privatizada em 1997, o governo exerce influência na companhia por meio do BNDES e de fundos de pensão liderados pela Previ, dos funcionários do Banco do Brasil, que respondem por cerca de 60% das ações.
O restante esta nas mãos da Bradespar (empresa de participações ligada ao Bradesco) e da trading japonesa Mitsui.