
José Renato Hopf, CEO da 4all, participou do Seminário Executivo 2018 da Sucesu-RS. Foto: Divulgação.
A 4all, plataforma de aplicativos e meios de pagamento gaúcha, quer firmar contratos com 26 clubes de futebol brasileiros até a metade do ano que vem para lançar uma plataforma digital baseada nos times.
Por enquanto, a companhia atende a oito nomes do segmento: Grêmio, Coritiba, Caxias, Internacional, Flamengo, Corinthians, Cruzeiro e Goiás.
Além disso, José Renato Hopf, CEO da 4all, afirma que há conversas encaminhadas com outros 12 clubes de futebol.
O fundador da empresa participou do Seminário Executivo 2018 da Sucesu-RS, realizado em agosto em Bento Gonçalves.
A 4all ingressou nessa área a partir de um acordo feito com o Grêmio, o primeiro no segmento de futebol da empresa, em outubro de 2016.
Por meio do acordo, o aplicativo oficial do time ou a permitir a realização de pagamentos em estabelecimentos credenciados.
Uma parte da taxa de cada transação realizada pelo app gremista é redirecionada para a instituição.
Em novembro daquele ano, o nome da empresa estampou a camisa do time na final da Copa do Brasil, competição vencida pelo Grêmio.
O clube gaúcho foi, aliás, o primeiro do país a fechar um contrato com a SAP em 2014, envolvendo software de gestão para a parte comercial e também uso de analytics para desempenho dos jogadores.
Fechado um pouco antes da Copa de 2014, o contrato desatou uma corrida de empresas de tecnologia de olho na área esportiva.
Com os novos estádios construídos no embalo da Copa e a profissionalização da gestão de muitos clubes, começou uma corrida pela modernização tecnológica das instituições da área.
Ela vinha concentrada agora na parte de sistemas gestão, com SAP e Totvs fechando contratos em série, mas com pouca repercussão junto ao cotidiano do torcedor.
Recentemente, o Figueirense, clube de futebol de Florianópolis, fechou um acordo para usar a plataforma de pagamentos Nix da Nexxera para vender ingressos para jogos, shows e eventos no seu estádio.
A 4all foi lançada com muito barulho no final de 2016 por Hopf, que já havia sido fundador da GetNet, empresa de meios pagamento adquirida pelo Santander, em um negócio bilionário.
Na largada, parecia que a 4all visava ser um “marketplace de apps” voltado para o consumidor final.
No lançamento do produto, foram apresentadas funcionalidades de pagamento de estacionamento (4Park), marcação de salões de beleza (4Beauty), reserva de restaurantes e telentregas (4Food), recarga de cartões de transporte coletivo (4Mobility) e pagamentos móveis para tudo isso (4Pay).
Também foram apresentadas metas ambiciosas em termos de usuários finais e de roll out em cidades do Brasil e do exterior. A empresa não voltou a abrir cifras.
Em algum ponto do trajeto entre o lançamento e agora, no entanto, a 4all parece ter feito uma mudança de curso, deixando de lado uma abordagem B2C, no qual causar barulho é fundamental, para uma atuação mais discreta em nível de B2B.
A 4all já fechou contratos com o Grupo RBS para a criação de uma plataforma digital para a rede de descontos Clube Donna e com o Shopping Total de Porto Alegre para um aplicativo integrado a meios de pagamento.
Em novembro do ano ado, a reportagem do Baguete revelou a existência de um projeto no Zaffari, que na época havia desatado rumores de uma entrada do supermercadista gaúcho no negócio.
Thiago Ribeiro, responsável pela área de comunicação da 4all, disse ao site na época que a empresa estava se posicionando como um alavancador de “transformação digital”.