
Público nos corredores da Futurecom. Possível em 2021? Foto: DIvulgaçao.
A Futurecom, feira de telecomunicações que é um dos maiores eventos de tecnologia do país, deve acontecer na sua versão presencial em 2021, entre os dias 5 a 7 de outubro.
Pelo menos, é o que garante a organização da feira, que divulgou as novas datas da 22ª edição, a ser realizada no São Paulo Expo.
Se o evento vai acontecer ou não, depende da evolução do coronavírus no Brasil.
O Futurecom é um evento para 30 mil visitantes, que atrai pessoas de todo o Brasil e algumas de fora do país, o que torna a realização uma tarefa complexa em um cenário de pandemia.
Hoje o estado de São Paulo regula todo o funcionamento do comércio e de eventos em um sistema de bandeiras, com cinco fases diferentes.
Na fase vermelha, na qual boa parte do estado se encontra no momento, eventos estão simplesmente proibidos.
Na fase laranja, a segunda mais restritiva, hoje em vigência na capital, os eventos e convenções podem ocorrer apenas com ocupação máxima de 40% da capacidade do local, por até oito horas, entre 6h e 20h.
Estão previstas também outras medidas, como obrigação de controle de o, hora marcada, assentos marcados e proibição de atividades com público em pé.
A fase menos restritiva, chamada de verde, exige que a fase anterior tenha durado pelo menos 28 dias consecutivos e prevê limitação de 60% na capacidade, mas retira as restrições sobre público de pé.
As fases mais restritivas basicamente inviabilizam uma feira como a Futurecom, no qual o conteúdo de palestras é só uma parte do atrativo, complementada por encontros casuais gerados pela circulação entre os diferentes estandes.
A aposta da organização, portanto, parece ser que até outubro o cenário no Brasil esteja totalmente normalizado e que será possível fazer a feira sem maiores restrições.
Como tudo em relação ao coronavírus, é uma aposta. No ano ado, a Futurecom anunciou datas em maio, para acabar tendo que cancelar a feira no final de julho.
Outros organizadores de eventos preferiram não arriscar. A SAP, por exemplo, decidiu que não vai realizar eventos com participação física em 2021, seguindo o exemplo do que já foi feito no ano ado.
Em um documento interno distribuído a parceiros ao qual a reportagem do Baguete teve o, a SAP cita diretamente o cancelamento do Sapphire Now, sua maior conferência anual, realizada em Orlando, na Flórida, e os eventos SAP Now, a conferência regional que tem uma edição no Brasil.
A diferença, é claro, é que a organização de eventos não é a atividade fim da SAP, mas uma estratégia de marketing entre outras.
A Futurecom organizou uma versão digital em 2020, mas foi uma alternativa em um ano de crise e talvez não seja um posicionamento sustentável no longo prazo.
Também há exemplos de eventos bem sucedidos organizados na pandemia.
É o caso da Mercopar, feira de tecnologia para indústria realizada em Caxias do Sul em novembro.
Um dos poucos grandes eventos a acontecer em 2020 mesmo com o coronavírus, a feira atraiu 7.184 visitantes presenciais, pouco mais de um terço dos 16,5 mil do ano ado.
Os negócios não sofreram, no entanto: eles chegaram a R$ 78 milhões, um crescimento de 20% em relação ao ano anterior.