
Papos secretos no Webex? Má ideia. Foto: Bundeswehr/Johannes Heyn
Uma conversa de altos integrantes da Luftwaffe, a força aérea alemã, foi gravada por espiões russos, gerando um escândalo na Alemanha sobre os procedimentos de segurança totalmente amadores empregados na reunião.
Segundo a revista alemã Spiegel, os participantes da reunião usaram o Webex, software de teleconferência da Cisco popular no meio corporativo, mas dificilmente a ferramenta na qual se trocam ideias sobre uso de armas de alto calibre numa zona de guerra.
Para agravar a situação, um dos participantes teria se conectado na conversa por meio de uma linha telefônica não protegida de um hotel em Singapura.
A cereja do bolo é o possível método de infiltração usado pelos russos. Especulações na imprensa apontam que o espião teria simplesmente ligado para o número da conferência e ouvido tudo como um participante, sem ser notado.
O áudio inclui quatro oficiais alemães, inclusive o chefe da Aeronáutica, tenente-general Ingo Gerhartz, e foi publicado por Margarita Simonyan, diretora da emissora estatal russa RT, no Telegram.
A conversa, cuja autenticidade foi confirmada pelo Ministério da Defesa da Alemanha, debateu temas como o possível uso de mísseis de cruzeiro fabricados na Alemanha para destruir uma ponte – uma aparente alusão à nova ligação entre a península da Crimeia, sob ocupação russa, e o território do país invasor, através do Estreito de Kerch.
Os altos oficiais também debatem como militares alemães poderiam fornecer aos ucranianos informações sobre alvos, sem aparentar estarem diretamente envolvidos no conflito com a Rússia.
Há ainda referência a "pessoal in loco" do Reino Unido, em conexão com a mobilização de mísseis de cruzeiro Storm Shadow fornecidos pelo país a Kiev.