
A esperada alta de 7,5% no PIB brasileiro em 2010 é um “ponto fora da curva” que não deve voltar a se repetir em 2011, quando o país voltará a ficar em torno da sua “velocidade máxima”, na casa dos 4,5% de expansão anual.
Quem opina é o professor Eduardo Giannetti da Fonseca, um dos coordenadores da área econômica da campanha de Marina Silva à presidência, que esteve em Gramado palestrando para jornalistas convidados pela SAP Brasil.
A causa do salto previsto para este ano seria a disponibilidade da capacidade de produção represada durante a crise, em 2009, quando o PIB industrial caiu 7%.
Para Giannetti, a taxa de crescimento do país é limitada pela baixa capacidade de investimento, em torno de 18% (na China a cifra é 40% e na Índia, 28%), por sua vez represada pela crescente carga tributária, hoje em 36% do PIB.
“Durante os governos JK e Geisel também parceria que o Brasil estava fadado a ser grande. Não foi o que aconteceu”, relembra o Ph.D em economia pela Universidade de Cambridge.
Segundo o especialista, a cifra de investimento brasileira seria ainda pior, se a contabilidade incluísse os gastos com educação e fomento à pesquisa e desenvolvimento, além de infraestrutura e maquinário, como já defendem alguns economistas de renome.
Giannetti também criticou os crescentes gastos do BNDES em empréstimos subsidiádos no longo prazo aos “amigos do Rei”, financiados pela emissão de títulos da dívida pública. “Só a diferença entre o juro da Selic e o TJLP totaliza R$ 10 bilhões por ano. É a bolsa empresário”, apontou o economista.
* Maurício Renner viajou a Gramado à convite da SAP Brasil