
Telegrama enviado pela GM. Foto: Reprodução/Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região
A General Motors (GM) demitiu funcionários das fábricas de São José dos Campos, São Caetano do Sul e Mogi das Cruzes por telegrama no último sábado, 21.
Segundo o Poder360, o número de demissões não foi divulgado. No telegrama da GM, o motivo dos cortes é a queda nas vendas da empresa.
Mais do que a problemática das vendas da GM, o aspecto chamativo para o interessado em tecnologia é a escolha do meio de comunicação.
O telegrama foi sem dúvida uma das maiores revoluções tecnológicas da história, mas lá no final do século XIX. O seu uso em 2023 chama um pouco a atenção.
Em muitos países, o telegrama inclusive já não é mais oferecido: a lista inclui os Estados Unidos (2006), Irlanda (2002), Suécia (2002), Índia (2013), entre outros.
No Brasil, porém, ainda se enviam milhões de telegramas todos os anos.
Numa das últimas divulgações sobre o assunto, em 2017, os Correios falavam em 13 milhões por ano, sendo 73% deles preenchidos pela Internet.
O restante ainda é preenchido em formulários em papel nas agências dos Correios ou ditado por telefone, o que é ainda mais retrô.
A cifra é mais ou menos estável há algum tempo. Em 2007, por exemplo, foram enviados 14 milhões de telegramas.
Os preços foram inclusive reajustados neste ano, ficando entre R$ 10,29 a R$ 14,90, dependendo do meio utilizado (já não se paga por palavra enviada, mas por página).
Uma das vantagens do telegrama, e provavelmente o motivo pelo qual a GM usou ele para comunicar as demissões, é que ele tem uma confirmação de recebimento com valor probatório na Justiça.
Por isso, a montadora usa o telegrama de forma recorrente.
Em 2016, segundo o Diário Gaúcho, a GM enviou telegramas para funcionários, também em um sábado, informando sobre seus desligamentos.