
Samaritano cria sistema próprio que, segundo fontes da área, falta no mercado.
Com investimento de R$ 2,5 milhões, o sistema traz uma configuração inédita no Brasil com maior tecnologia e automação
O Hospital Samaritano de São Paulo implantou um sistema que automatizou tarefas de armazenagem, distribuição e rastreamento de medicamentos de sua farmácia.
O projeto, de desenvolvimento interno, levou investimento de R$ 2,5 milhões.
A gerente de Suprimentos do Samaritano, Ana Paula Gomes de Melo, explica que o projeto é subdividido em Automação Horizontal, composta por carrosséis de armazenamento de materiais e medicamentos; e Automação Vertical, que compreende os dispensários eletrônicos e correio pneumático, interligando as farmácias - central e satélites - com as unidades de internação.
“Os objetivos são aumentar a segurança do paciente, rastrear o medicamento dentro do hospital, melhorar processos da enfermagem, evitar o descarte desnecessário de produtos, ampliar a produtividade e otimizar o espaço físico, através de estoques compartimentados”, esclarece ela.
Conforme a gerente, este novo modelo favorece não apenas a cadeia logística, mas principalmente a assistência.
A equipe de enfermagem, por exemplo, pode se dedicar mais aos cuidados do paciente, já que tem à disposição, nas unidades de internação, os materiais e medicamentos mais utilizados de acordo com o perfil de cada setor.
“E recebem os medicamentos injetáveis em dose unitária, ou seja, pronta para ser istrada”, exemplifica Ana Paula.
Ainda segundo ela, com a automação os farmacêuticos da instituição também podem focar atividades clínicas, deixando de atuar em funções operacionais e ando a interagir diretamente com a equipe multiprofissional e pacientes.
O cliente final também colhe os benefícios.
“Hoje todos os pacientes recebem as informações relacionadas ao tratamento medicamentoso de maneira interativa, já que os farmacêuticos utilizam tablets na beira do leito para ar as orientações necessárias”, finaliza a gerente.
DEMANDA
A solução criada pelo Samaritano ajuda no atendimento de uma demanda já evidenciada por profissionais como o superintendente do Hospital Moinhos de Vento (HMV), Fernando Torelly,para quem há carência de sistemas de mercado para segurança do paciente.
“Não há, hoje, um software que permita cuidar do paciente desde sua entrada no hospital até o fim do tratamento”, atestou o gestor em palestra no Mesas TI, evento realizado pelo Seprorgs na sexta-feira, 09.
Nos erros médicos, por exemplo, ele citou que o método tradicional, do enfermeiro que vai ao quarto com a bandeja de medicamentos e os dá ao paciente, é falho, já que não há um sistema que garanta que aquele é o remédio certo, na dose e horário corretos, para a pessoa indicada.
Preocupante, visto que, conforme Torelly, dentre os erros médicos, enganos de medicação são os mais frequentes.