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Meg Whitman. Foto: divulgação.
Durante o HP Discover, evento realizado em Las Vegas durante esta semana, o discurso mais esperado foi o da CEO Meg Whitman a respeito da separação de operações da HP, um processo já divulgado no final de 2014 e que deve ser concluído no segundo semestre do ano.
Embora a companhia não tenha dado maiores detalhes sobre a divisão - que colocará em diferentes companhias os negócios voltados ao mercado corporativo e a parte de PCs e impressoras - a tônica sugerida pela multinacional é de que a separação servirá para manter as duas "novas HPs" como marcas relevantes em seus campos de atuação.
"Isto nos dará um novo nível de foco, agilidade e eficiência para nossa estratégia de negócio, o que nos tornará mais competitivos", afirmou Whitman em seu keynote na abertura do evento.
De acordo com a executiva, ambas as empresas (HP Enterprise e HP Inc) serão integrantes da Fortune 500, com receitas na casa dos US$ 50 bilhões. Whitman ficará responsável pela parte corporativa e Dion Weisler pela parte de PCs e impressoras.
Para a HP, o mercado corporativo, que será atendido pela Hewlett-Packard Enterprise, parece ser o grande foco. Durante o keynote, a futura CEO da Hewlett-Packard Enterprise (e chairman da HP Inc.) destacou a integração entre os diferentes setores corporativos da HP atual sob o guarda-chuva da HP Enterprise.
A visão é compartilhada por outros executivos da Hewlett-Packard Enterprise, empresa que será oficialmente criada a partir de 1 de novembro, primeiro dia do ano fiscal 2016.
"Nosso trabalho é o de integrar ideias e TI aos negócios, agregando o maior valor possível aos nossos clientes", afirmou Mike Nefkens, VP Executivo da HP Enterprise Services.
Para mostrar isso, a empresa apresentou novidades em diversas frentes, como o novo HP CloudSystem 9, produto para avançar no segmento de nuvem e arquiteturas híbridas, um ponto em que a companhia pretende se tornar referência.
"Somos uma das poucas companhias capazes de atender clientes em diferentes necessidades de cloud. Podemos tanto ser uma parceira em uma implementação privada, provendo a infraestrutura privada, como também podemos orquestrar e gerenciar nuvens sediadas em outros ambientes, como AWS ou Azure", afirmou Antonio Neri, Senior VP da HP Enterprise Group.
Atualmente a HP conta com cerca de 85 data centers próprios - inclusive no Brasil - oferecendo serviços de cloud privada, um setor em que a empresa afirma ser a primeira colocada no mercado global.
"Atualmente não contamos com nenhum rival direto neste segmento em específico. Talvez a Oracle tenha uma oferta semelhante", afirmou Antonio Neri.
O plano da HP é avançar os negócios (próprios e dos clientes) para uma infraestrutura híbrida, mercado que segundo o IDC deverá movimentar cerca de US$ 115 bilhões nos próximos dois anos.
À parte de todo o portfólio dedicado - que envolve soluções de rede, mobilidade (estes dois últimos impulsionados pela compra recente da Aruba Networks), storage, entre outros - Netkens frisou o papel da separação como um o importante para solidificar a presença das divisões corporativas da HP no mercado.
"Antes éramos divisões menores dentro da grande operação que formava a HP como um todo. Agora estamos mais enxutos, mais integrados e prontos para competir no mercado", afirmou Nefkens.
A ideia é reforçada por Whitman, que encerrou seu keynote reforçando uma nova postura para a HP Enterprise, mais focada em fornecer soluções aos negócios, livre de amarras a hardware.
"Queremos impulsionar a economia atual, baseada em ideias, ajudando a redefinir negócios e atendendo suas necessidades específicas, no ritmo de cada cliente", finalizou Whitman.
*Leandro Souza viajou a Las Vegas à convite da HP.