Fábio Gandour, cientista-chefe da IBM Research, falou sobre a tendência no Mesas TI. Foto: Divulgação.
A computação cognitiva não é moda, e sim uma necessidade. É assim que Fábio Gandour, cientista-chefe da IBM Research Division do Brasil, vê a área de atuação do IBM Watson.
Em palestra no Mesas TI, promovido pelo Seprorgs nesta sexta-feira, 13, Gandour explicou que para trabalhar com a quantidade de dados desestruturados que crescem com o uso das redes sociais, por exemplo, é preciso de aplicações cognitivas para entender e acompanhar as informações.
Além da mudança no modo como a TI trabalha, com o aumento dos dados desestruturados, Gandour também reforça que a computação cognitiva altera o modo como o setor entrega soluções para os clientes.
“Os sistemas cognitivos melhoram com o uso, então a entrega não será de uma ferramenta pronta, pois a tecnologia precisa aprender a partir da utilização dentro da empresa, o que pode ser difícil de explicar em uma venda”, completa.
A ferramenta cognitiva que vem ganhando destaque por demonstrar seu poder em ações sérias (como na área de saúde) e em outras mais curiosas (como culinária e desafios em jogos) é a Watson, da IBM.
A plataforma de computação cognitiva com a qual os usuários podem interagir usando linguagem natural é o grande diferencial na oferta de big data, análise de dados e business intelligence da IBM.
Um dos cases mais avançados é o do Memorial Sloan Kettering, um hospital de ponta no tratamento de câncer nos Estados Unidos. Na instituição, os médicos pesquisam através do Watson em um banco de dados aberto de milhares de jornais acadêmicos e pesquisas científicas para compor o seu tratamento.
Na área de curiosidades, foi lançado no ano ado o livro “Cognitive Cooking with Chef Watson”, uma parceria entre a IBM e o instituto de educação culinária dos Estados Unidos. O livro contém mais de 65 receitas que foram criadas com apoio do sistema cognitivo.
Atualmente, o desafio da IBM com o Watson no Brasil é a criação de um engenho de processamento semântico que opere em português, para que o sistema entenda a linguagem local com profundidade e consiga processar perguntas com o modo de falar do país.
“Eu adoraria que as universidades se envolvessem nesse processo. Acredito que seriam necessários entre 1 ano e meio e dois anos para desenvolver um projeto como esse”, destacou Gandour durante a palestra.
Cientista-chefe no laboratório da IBM Research Division do Brasil, Gandur é membro da Academia de Ciências de New York e da Academia IBM de Tecnologia. Ele está na IBM Brasil desde 1990 e lidera o Brazilian Research Lab há 8 anos.