
Impressão 3D em alta. Foto: Getty Images.
A revolução 3D segue imível seu curso. Pouco a pouco, a impressão em três dimensões se embrenha nas estruturas corporativas mundo a fora. Um estudo da Tech Pro Research revelou que 60% das empresas já usa ou pretende utilizar o conceito em um futuro próximo.
O levantamento foi realizado em junho de 2014 e teve a participação de 624 executivos de diversas indústrias e países. A ideia era compreender o estágio de adoção, entraves, benefícios, tendências e aplicação da tecnologia.
Apesar do alto percentual de interessados no conceito, poucos (12%) já encontram-se em fase operacional quanto ao uso. O maior percentual encontra-se entre aqueles em estágio de avaliação e interesse para começar a rodar projetos em um intervalo de até 36 meses. Ainda, 40% respondeu que não possui qualquer plano de adotar soluções de impressão 3D visíveis em seu horizonte.
O resultado, estampa o relatório da pesquisa, pode refletir o fato de que o conceito se aplica a situações específicas – como pesquisa e desenvolvimento ou prototipagem – ou nichos de mercado como educação, saúde e manufatura.
O estudo fortalece algumas dessas percepções. Por exemplo, revela que 73% dos respondentes utiliza impressora 3D para testar ideias e conceitos enquanto 67% utiliza-se da tecnologia para prototipagem nos laboratórios de P&D.
“Contudo, o fato de que um grande percentual de pessoas revelou avaliar o conceito demonstra que essa percepção pode mudar, ampliando presença dentro das organizações”, prossegue o documento.
Esse avanço pode ser visto quando analisados os percentuais de empresas que utilizam impressoras 3D para manufaturarem produtos que vendidos a clientes finais (19%) e na produção de suprimentos também ofertados para esse público externo (14%).
Como 40% dos respondentes indicaram que não possuem planos de utilização da tecnologia, a pesquisa foi um pouco mais a fundo para saber o por quê disso. A resposta foi bastante óbvia: pouca ou nenhuma aderência do conceito às necessidades de negócios dessas empresas.
O relatório da pesquisa traz uma observação adicional sobre essa questão, avaliando que mesmo aqueles que não veem razão para adotar impressão 3D no momento, talvez vejam valor no conceito futuramente. Para que isso ocorra, os responsáveis pela pesquisa alertam quanto ao fato de que provedores desse tipo de tecnologia precisariam fortalecer a comunicação dos benefícios desse tipo de solução.
O tema impressão 3D traz consigo o sentimento de grandes expectativas, com possibilidades de revolução profunda em diversas indústrias devido a transformação que pode propor nos sistemas produtivos e de modelo de entrega de mercadorias.
De acordo com a britânica Canalys, trata-se de um mercado global que movimentou US$ 2,5 bilhões em 2013. A consultoria espera que o conceito cresça a uma taxa anual composta da ordem de 45%, atingindo US$ 16,2 bilhões em 2018. Além disso, grandes players de impressão “tradicional” indicam que pretendem entrar nesse segmento. A HP, por exemplo, já ventilou interesses.
Em solo nacional, o conceito evolui aos poucos – talvez mais lentamente do que a própria tecnologia evolui, o que faz com que provedores de soluções desse tipo tenham a percepção de que o momento de evangelização não a. “Cada vez que achamos que vencemos uma curva, vem outra”, comenta Renata Sollero, country manager da Stratasys no Brasil.
Estágio de adoção (em %)
utiliza impressoras 3D como parte das operações - 12
avalia a adoção de impressoras 3D com implementação prevista para os próximos 12 meses - 19
trabalha planos de adoção de impressoras 3D atualmente - 29
não tem planos de implementar o conceito por enquanto - 40
Perfis de uso (em %)
teste de ideias e conceitos - 73
prototipagem em P&D - 67
produção de peças utilizadas pela empresa - 40
manufatura de produtos que são vendidos a clientes finais - 19
produção de ferramentas usadas internamente por funcionários - 16
produção de suprimentos utilizados por clientes - 14
outros - 19
Razões para não usar (em %)
não há necessidade de negócios - 66
não produz peças ou equipamentos - 43
incerteza quanto aos benefícios que agregaria aos negócios - 27
preço - 12
complexidade - 5
falta de integração com tecnologias existentes - 5
preocupações legais - 5
tecnologia pouco intuitiva ou amigável - 3
preocupações éticas e/ou morais - 2
dificuldade de achar um provedor adequado - 2
Fonte: Tech Pro Research