IA

Inter gere atualização de sistemas com Microsoft 1f5h28

Banco adotou ferramentas de inteligência artificial para automatizar processo manual. 236947

14 de agosto de 2024 - 14:11
Gustavo Cunha Borges, superintendente de financial technology do Inter. Foto: LinkedIn.

Gustavo Cunha Borges, superintendente de financial technology do Inter. Foto: LinkedIn.

O Banco Inter, instituição financeira originada do grupo MRV Engenharia, adotou soluções de inteligência artificial da Microsoft Azure para automatizar a gestão e atualização de seus sistemas bancários.

Com múltiplos sistemas fornecidos por terceiros, a fintech recebe regularmente atualizações e correções para, aproximadamente, 40 módulos diferentes. 

Até então, a gestão dessas atualizações era um processo manual executado por uma equipe que avaliava o impacto de cada uma delas na performance dos sistemas. O processo era considerado intensivo em mão de obra e não escalável.

"Recebemos pacotes de atualização quase diariamente e a análise de impacto envolvia várias etapas repetitivas, como coletar métricas de desempenho antes e depois da aplicação de cada pacote”, explica Guilherme Aparecido Batista, gerente executivo de TI do Inter.

Leonardo Pereira Ferretti, também gerente executivo de TI no banco, ressaltou que a repetição do trabalho e a dependência de múltiplas equipes criavam insatisfação entre os analistas.

"O trabalho monótono de avaliar manualmente cada atualização não apenas era demorado, mas também afetava o clima da equipe", conta Ferretti. 

Para enfrentar esses desafios, o Inter escolheu as ferramentas Microsoft Azure AI Infrastructure e Microsoft Azure AI Services para fornecer a base de infraestrutura escalável. Além disso, o banco adotou o Microsoft SQL Server para gerenciar o armazenamento de dados. 

As novas soluções automatizaram a leitura e a interpretação dos documentos de atualização, que podiam ter até 80 páginas, resumindo informações críticas em poucas linhas.

Na prática, a IA analisa o documento, identifica mudanças nos sistemas impactados e gera resumos para facilitar as tomadas de decisão pela equipe de analistas.

As ferramentas também permitiram a execução automática de scripts e a comparação de resultados de testes de performance do plano de execução das procedures de Banco de Dados antes e depois das atualizações, eliminando a necessidade de intervenções manuais. 

Segundo a empresa, a IA também foi capaz de identificar questões potencialmente críticas e sugerir correções, acelerando o processo de revisão e implementação das atualizações. 

Para Batista, o principal benefício obtido com o projeto foi uma economia de tempo de 70%, em média, para analisar e aplicar uma atualização. 

Para os releases pequenos, o processo que durava 25 horas ou a durar cinco horas. Os releases médios caíram de 50 horas para 15 horas. Já os releases grandes aram de 87,5 horas para 25 horas. 

Com isso, a quantidade de releases que o time de 30 analistas consegue analisar mensalmente também aumentou. Os pequenos releases saltaram em 266%, os médios, em 200% e os grandes tiveram um incremento de 395%. No geral, a produtividade cresceu 280%.

Além disso, o banco destaca que a automação permite que novos colaboradores, mesmo sem conhecimento técnico profundo, possam realizar a análise de remessas com eficácia. Ferretti ressalta que a satisfação do time também aumentou.

"A remoção de tarefas monótonas e repetitivas teve um impacto positivo na moral do time, permitindo que eles se concentrem em atividades mais estimulantes e complexas", conta o gerente. 

Com base nos resultados, a fintech agora planeja expandir o uso da inteligência artificial para outras áreas. 

"Estamos explorando como a IA pode ser usada para melhorias contínuas, desde o recebimento até o deploy (implementação de uma aplicação) e o rollback (reversão de uma atualização), além de incorporar insights contextuais para decisões mais informadas", adianta Gustavo Cunha Borges, superintendente de financial technology do Inter.

O Inter tem origem em 1994, em Belo Horizonte, ainda com o nome Intermedium Financeira, que depois virou Banco Intermedium. A conta digital veio em 2015 e o nome Banco Inter só em 2017.

No ano seguinte, a companhia fez um IPO na B3, a bolsa de valores brasileira, e, em 2022, migrou a base acionária para a Nasdaq, nos Estados Unidos. Em 2023, a instituição faturou R$ 8,07 bilhões, alta de 34,96% em comparação com o ano anterior.

A fintech conta com 3,2 mil colaboradores e está presente em 99% dos municípios brasileiros, além dos Estados Unidos, totalizando 30 milhões de clientes. Entre os seus serviços, estão banco, investimentos, empréstimos, shopping virtual, seguro e transações cross border.

Criada em 1975, a Microsoft tem negócios em 190 países, com 122 subsidiárias, e conta com cerca de 144 mil funcionários e mais de 25 mil parceiros. A companhia está no Brasil há 35 anos, com sede em São Paulo. 

A empresa vem cada vez mais apostando no hype da IA nas suas aplicações, além de ter investido na OpenAI, criadora do ChatGPT, em janeiro de 2023. Na ocasião, havia especulações de que a big tech investiria cerca de US$ 10 bilhões (aproximadamente R$ 51,7 bilhões) na startup.

Leia mais 6z23s

CAPACITAÇÃO

Caixa investe R$ 3 mi em treinamento de IA 94719

Há 298 dias
UAI

Canastra Ventures estreia com fundo de R$ 20 mi w2c6w

Há 324 dias
PROTEÇÃO

ANPD intima Meta por uso de dados pessoais 11dz

Há 324 dias
ORÇAMENTO

Como gerir os custos da IA generativa? 6516x

P&D

MCTI quer criar centros de pesquisa em IA 6m6t5o

CARREIRA

Boticário ganha diretor de dados e IA 3k2c38