
O segmento de IoT deve alcançar receitas de US$ 3,29 bilhões em cinco anos no Brasil. Foto: Pexels.
A pesquisa “O mercado industrial brasileiro de internet das coisas: cenário para 2021” da Frost & Sullivan, aponta que o segmento de IoT deve alcançar receitas de US$ 3,29 bilhões em cinco anos no país. A estimativa de receita se refere a hardware (módulo de conectividade e outros componentes), software e serviços diretamente ligados a soluções IoT.
O mercado de internet das coisas (IoT) no Brasil movimentou US$ 1,35 bilhão no ano ado. De acordo com o estudo, a indústria automotiva e as verticais de manufatura foram as mais relevantes.
A pesquisa define IoT como objetos de uso cotidiano — de veículos a equipamentos para cafeterias em hotéis — que são conectados à internet (comunicação de mão dupla) e que podem estar conectados uns aos outros.
“A tecnologia começa a ser embarcada nos produtos, junto com módulos de conectividade, permitindo às empresas extrair informações sobre a experiência do consumidor, analisar e definir ações. É uma revolução centrada no consumidor, direcionada pela transformação digital”, afirma Renato Pasquini, diretor de pesquisa e consultoria em transformação digital da Frost & Sullivan para América Latina.
O gerente do programa de mobilidade da Frost & Sullivan, Yeswant Abhimanyu, diz que a indústria automobilística espera gastar mais em IoT nos próximos dois anos, uma vez que a telemática de veículos comerciais representou a maior parte da conexão M2M (máquina a máquina) no mercado brasileiro no ano ado.
“A logística e o transporte no Brasil tem base principalmente em rodovias por causa da limitada rede ferroviária; e roubos de veículos e cargas são a principal preocupação. Empresas de diversos segmentos esperam ter perspectivas melhores neste ano e retomar suas iniciativas de investimento em tecnologia”, destaca.
De acordo com a gerente de pesquisas em saúde transformacional da Frost & Sullivan, Rita Ragazzi, há oportunidades também em mercados como smart cities, utilities, agricultura e saúde.
“Enquanto a indústria automobilística e de manufatura estarão maduras em 2021, a expectativa é que a da saúde tenha as mais altas taxas de crescimento anual composta, gerando uma trilha reversa em outros mercados, começando por negócios B2C, e então envolvendo empresas”, detalha.
Segundo a analista, devido à grande regulamentação do mercado de saúde no Brasil, com várias questões sobre a confidencialidade e segurança dos dados, a adoção pelas instituições de saúde será uma longa jornada.
“Entretanto, tecnologias voltadas aos pacientes são mais fáceis de serem adotadas, como serviços móveis, apps e dispositivos, que levarão o mercado de saúde B2C a atingir a soma de US$ 610 milhões em 2020”, completa Rita.
O relatório observa que o ecossistema de IoT no Brasil ainda é fragmentado. Há desafios de ampliar a capacidade de consultoria e integração para que as empresas de tecnologia da informação e comunicações ofereçam soluções de ponta a ponta em IoT.