GUERRA

Israel: qual o impacto na tecnologia até agora? 4j1u1r

Setor representa 14% dos empregos e quase um quinto do produto interno bruto do país. 1p1p1f

11 de outubro de 2023 - 13:17
Ecossistema de startups de Israel ganhou a fama de ser o segundo maior centro tecnológico do mundo (Foto: Depositphotos)

Ecossistema de startups de Israel ganhou a fama de ser o segundo maior centro tecnológico do mundo (Foto: Depositphotos)

O conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas já está impactando o setor de tecnologia do país do Oriente Médio, que conta com a operação de 500 multinacionais e um cenário de startups que é referência mundial.

De acordo com a agência Reuters, as indústrias de alta tecnologia têm sido, durante algumas décadas, o setor de crescimento mais rápido em Israel e crucial para o crescimento econômico.

O segmento representa 14% dos empregos e quase um quinto do produto interno bruto do país.

Depois que homens armados do Hamas invadiram cidades israelenses no último sábado, 7, os preços das ações e títulos israelenses caíram. O mesmo aconteceu com boa parte das ações de tecnologia dos Estados Unidos, incluindo companhias com grandes operações em Israel.

A americana Intel, por exemplo, está no país desde 1974 e, hoje, é o maior empregador e exportador privado de Israel. Suas ações caíram 0,5% na segunda-feira, 9.

Um porta-voz da fabricante afirmou à Reuters que a empresa estava “monitorando de perto a situação em Israel e tomando medidas para proteger e apoiar os trabalhadores”, mas se recusou a falar sobre o impacto na produção de chips.

Em junho, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu anunciou que a Intel estava planejando investir US$ 25 bilhões em uma nova fábrica na cidade de Kiryat Gat, a cerca de 42 km de Gaza, com inauguração prevista para 2027.

Já a Nvidia, maior fabricante mundial de chips ​​para inteligência artificial e computação gráfica, cancelou uma cúpula de IA marcada para Tel Aviv na próxima semana. No evento, seu CEO, Jensen Huang, deveria falar.

A Tower Semiconductor, israelense que fornece semicondutores analógicos e de sinais mistos, principalmente para as indústrias automotiva e de consumo, afirmou que estava operando normalmente. Suas ações listadas em Nova York caíram 4,9%.

CONVOCAÇÃO DE RESERVISTAS

Outro ponto que deve impactar o setor é a convocação de funcionários como reservistas militares. Israel já anunciou que convocaria um número sem precedentes de 300 mil homens e mulheres para atuação na guerra. 

“Estamos nos preparando para que isso demore um pouco”, afirmou Noam Schwartz, israelense fundador e executivo-chefe da ActiveFence, uma empresa de tecnologia especializada em ameaças on-line com sede em Nova York e Tel Aviv.

Segundo Schwartz, a companhia continuará atendendo os clientes durante o conflito. O empresário espera retornar a Israel para o serviço militar, mas diz ter pessoas suficientes em todo o mundo para garantir que tudo esteja sob controle.

REFORÇO NA SEGURANÇA

Por outro lado, a expectativa é que as empresas de tecnologia que operam em Israel fortaleçam a segurança, pois podem enfrentar interrupções, e algumas tecnologias estão vinculadas aos militares.

Para Quincy Krosby, estrategista-chefe global da LPL Financial em Charlotte, Carolina do Norte, provavelmente haverá um “enorme esforço” para proteger as instalações físicas de empresas sediadas em Israel contra ataques.

A Oracle, por exemplo, inaugurou em 2021 um data center no país capaz de resistir a um impacto direto de um míssil ou a um atentado com carro bomba. A profundidade da estrutura é equivalente a um prédio de nove andares. 

De acordo com Krosby, o setor de IA, onde Israel tem sido líder, também poderá ver um aumento de investimentos devido à estreita ligação das indústrias com os militares.

"Quando um país é apanhado literalmente desprevenido, a primeira coisa que olham, para além dos problemas óbvios com a inteligência, é o que faltou nos sistemas de segurança", acredita o executivo.

DEBANDADA DE STARTUPS

Desde antes do conflito, o cenário de startups de Israel vinha sofrendo uma debandada de empresas. Muitas delas já estavam fazendo planos para deixar o país, assustadas com os seus rumos políticos.

Até então, o principal motivo era um projeto de reforma do judiciário, que gerava dúvidas sobre a estabilidade democrática.

Segundo uma pesquisa da Start-up Nation Central, uma das principais entidades de tecnologia do país, 68% das startups israelenses já haviam dado os tendo em vista uma possível troca de sede.

Do total, 8% disseram que já começaram com o processo de mudança de sede. Outras 29% têm esse plano no futuro próximo.

Desde a década de 1990, o ecossistema de startups de Israel ganhou a fama de ser o segundo maior centro tecnológico do mundo fora do Vale do Silício, com milhares de empresas e desenvolvendo um ecossistema significativo.

Com um cenário de guerra, a debandada de empresas é um caminho inevitável. No conflito entre Rússia e Ucrânia, por exemplo, a IBM encerrou suas operações na Rússia e a Stefanini precisou retirar os funcionários da Ucrânia.

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