A John Deere vai deixar Porto Alegre, onde mantém uma sede istrativa, transferindo as operações para a paulista Indaiatuba.
Conforme o diretor de Vendas da empresa para a América Latina, Paulo Herrmann, a mudança deverá ocorrer em janeiro do ano que vem, envolvendo também a estrutura istrativa do Banco Jonh Deere, braço de financiamento de maquinário agrícola do grupo.
O executivo explicou na segunda-feira, 29, que a transferência se deve a diversos fatores, entre eles a proximidade de Indaiatuba com o aeroporto de Campinas (Viracopos), onde a empresa mantém um centro de distribuição, o que facilitaria “a integração com o resto do país”.
Justificando o argumento, o diretor mencionou que várias vezes, ao procurado voos em sextas-feiras de Porto Alegre para Goiânia, tinha de fazer conexão em Campinas.
E, segundo ele, Goiânia é a porta de entrada da companhia para o Centro-Oeste.
Herrmann explicou, ainda, que a John Deere vive um momento de muita “confiança nas vendas” para o Brasil.
Conforme o diretor, os baixos estoques de commodities ao redor do mundo, o crescimento contínuo de consumo de alimentos e a queda de produção em países tradicionais – como China e Austrália – fizeram do Brasil um campo de oportunidades.
Além disso, os planos de modernização de frota do governo federal, bem como a crescente oferta de crédito aos agricultores, também impulsionam os negócios da empresa, afirma o executivo.
Programas como o Mais Alimentos, para o qual a presidente Dilma Rousseff deverá anunciar novos recursos nos próximos dias, focando a expansão da frota de máquinas agrícolas por pequenos agricultores, contribuem para a expectativa favorável da companhia.
Saída anunciada?
Não é de hoje que a John Deere vem reduzindo suas operações no Rio Grande do Sul.
Em janeiro de 2009, a companhia demitiu 502 funcionários da fábrica de colheitadeiras e plantadeiras localizada em Horizontina, no noroeste do estado.
Na época, em nota oficial divulgada à imprensa, a empersa atribuiu o corte à então crise financeira mundial e à estiagem na Argentina e no Paraguai, o que teria provocado a desistência de encomendas de máquinas agrícolas, tornando obsoleto o alto quadro de colaboradores na fábrica.
A empresa já havia dispensado 240 trabalhadores em outubro do ano anterior, após o cancelamento da venda de 300 colheitadeiras para a Argentina.