
Danny Farias é o CTO da Juntos Somos Mais.
O Juntos Somos Mais, um novo programa de fidelidade que une Votorantim Cimentos, Gerdau, Tigre e mais uma dezena de marcas de produtos para construção, roda em cima de práticas ágeis de um setor de TI independente.
Criado em 2014 pela Votorantim Cimentos como o seu programa de fidelidade para lojas de materiais de construção, o Juntos Somos Mais recebeu recentemente o reforço de Gerdau e Tigre, que tem agora 27,5% da nova empresa cada um.
Além dos dois novos sócios, embarcaram na empresa outros fornecedores de materiais de construção como Vedacit, Eternit, Suvinil, Stam, Bosch, Casa do Construtor, Ciser, Ourolux e Cozimax, além do banco Santander e da fornecedora de software de gestão Linx.
A Juntos Somos Mais se define como uma startup, com uma equipe de 25 pessoas, muitas delas contratadas para organizar a nova fase, incluindo o CTO, Danny Farias, contratado há dois meses vindo da Editora Globo, onde era head de engenharia de software e produtos.
“A ideia é trabalhar com autonomia, sempre em contato com os nossos clientes, tendo liberdade para testar e adaptar ideias”, resume Farias, que tem experiência com métodos ágeis do tempo da Editora Globo.
No caso da Juntos Somos Mais, o principal desafio até agora foi integrar a tecnologia da empresa com os sistemas de gestão de todos os parceiros, para poder fazer a operacionalização dos benefícios segundo as vendas dos associados.
Apesar da maioria deles usarem SAP (é o caso da Gerdau e da Tigre, por exemplo), as implementações e os modus operandi de cada empresa fazem com que cada integração seja única, explica Faria.
Do lado da Juntos Somos Mais, os principais sistemas, como o software de CRM para programas de fidelidade Omnion, já vieram da fase na qual a companhia era controlada só pela Votorantim.
Os desafios daqui para frente são muito maiores. O programa de fidelidade envolve 60 mil profissionais em 40 mil lojas, todas elas pequenos empreendimentos, com entre 50 e 200 metros quadrados de área.
As lojas e profissionais da obra acumulam pontos com a compra de produtos das empresas participantes que são transformados em prêmios, como equipamentos para as lojas, sistemas de gestão, cursos profissionalizantes, ferramentas e ações de responsabilidade social dentro das comunidades locais.
Todo este ecossistema é ado por meios digitais, como website e aplicativos de smartphones.
“Nossa ideia é agregar serviços de tecnologia no cotidiano dessas pessoas, reforçando o vínculo com o programa de fidelidade”, afirma Farias.
O público é composto de três perfis: os donos das lojas, os balconistas e os profissionais de pequenas obras que muitas vezes trabalham associados às lojas de materiais de construção, o que exige perfis diferentes a nível de interfaces das aplicações.
O universo de potenciais clientes é muito maior: existem 100 mil lojas de materiais de construção e seis milhões de profissionais da obra no Brasil.
Até 2020, a empresa planeja investir R$ 50 milhões na expansão do programa e no aprimoramento do ecossistema, adicionando novas funcionalidades e melhorando os benefícios para os participantes.
No Brasil, a construção civil movimenta aproximadamente R$ 300 bilhões ao ano, o que equivale a 4,5% do PIB.
No entanto, o setor sofreu muito com a crise, o que pode explicar a disposição de tantas empresas em trabalharem juntas para aquecerem as vendas.
Até julho, foram nada menos do que 51 meses (mais de quatro anos) de perdas acumuladas na comparação com o mesmo período do ano anterior.
O Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) projetava um crescimento de 0,5% no PIB da construção em 2018, mas agora espera uma retração de 0,6% se o PIB brasileiro crescer 1,4%, e de 1% caso o PIB suba 1,1%.