
Bilhetes serão compartilhados para o check-in e despacho de bagagem. Foto: divulgação.
A Latam anunciou hoje um acordo de codeshare, que significa o compartilhamento de voos, padrões de serviço e canais de venda, com a Azul Linhas Aéreas, conectando as rotas das duas empresas no Brasil.
As companhias ainda não informaram uma data para a implementação, apenas disseram que trabalharão para ela aconteça “o mais breve possível” e os bilhetes devem estar à venda “nos próximos meses”.
Inicialmente, estão previstas 50 rotas domésticas complementares para os aeroportos de Brasília, Belo Horizonte, Recife, Porto Alegre, Campinas, Curitiba e Guarulhos.
Segundo as empresas, os clientes terão mais opções de conexões e os bilhetes serão compartilhados para o check-in e despacho de bagagem.
O acordo também prevê a união dos dois programas de fidelidade, onde os clientes poderão acumular pontos no Latam ou no Tudo Azul de acordo com a sua preferência, dentro das regras vigentes em cada um dos planos de fidelização nos voos previstos.
No programa da Azul, estão 12 milhões de associados, enquanto o da Latam possui 37 milhões de membros.
“Entendemos que a crise da Covid-19 exige respostas inovadoras para ajudar a impulsionar a economia da região e o anúncio de hoje faz parte de nossa contribuição para esse esforço”, afirma Jerome Cadier, CEO da Latam Airlines Brasil.
No final de maio, o Grupo Latam Airlines pediu recuperação judicial nos Estados Unidos, onde está a maioria de suas dívidas, por conta da crise provocada pelo novo coronavírus.
A empresa afirmou que Brasil, Argentina e Paraguai não estão incluídos no processo.
Na opinião do site Brazil Journal, especializado em economia, o acordo pode ser o primeiro o para uma fusão entre as duas companhias, no momento em que muitos investidores questionam se ainda há espaço para três grandes aéreas no Brasil pós-covid.
Segundo a publicação, acordos de codeshare são quase sem precedentes no mercado doméstico. Foi o caso da antiga Tam com a Varig, um pouco antes da última declarar falência.
“O que eu diria é o seguinte: vamos começar com codeshare, vamos começar com ageiros, vamos nos ajudar nesse sentido…”, disse John Rodgerson, CEO da Azul, ao ser perguntado se a parceria seria o prelúdio de uma fusão.
Rodgerson também falou que o acordo não tem prazo de duração definido e que “há incentivos de ambos os lados para ajudar a crescer a parceria”.
Cleveland Prates, consultor e ex-conselheiro do CADE, acredita que uma eventual fusão poderia fazer sentido dado o ambiente atual e os ganhos de eficiência que traria. “Com uma fusão, elas poderiam ter um ajuste de oferta, reduzindo a frota para se adequar à nova realidade”, afirmou ao Brazil Journal.