.jpg?w=730)
Luciano Hang, ex-ícone bolsonarista. Foto: Divulgação.
Luciano Hang, dono da Havan e empresário bolsonarista por excelência, acaba de ser nomeado cidadão honorário de Florianópolis.
A proposta do vereador Maikon Costa (PL) recebeu 14 votos favoráveis e três contrários nesta segunda-feira, 20.
“Recebi com muita alegria a notícia de que receberei o título de cidadão honorário de Florianópolis. Temos hoje quatro lojas Havan na capital do Estado, e uma relação muito forte com o município e com a população”, afirma Hang.
O empresário se tornou famoso nos últimos anos pela sua defesa apaixonada do governo Bolsonaro, quando virou uma espécie de personagem de si mesmo, o Veio da Havan.
Hang joga duplamente em casa em Santa Catarina.
Em primeiro lugar, porque é o seu estado natal. A primeira loja da Havan foi fundada em 1986 em Brusque, uma cidade de 100 mil habitantes distante cerca de 100 km da capital catarinense.
O segundo motivo é o bolsonarismo. Santa Catarina foi um bastião de Bolsonaro na última eleição, dando ao ex-presidente 69,27% dos votos válidos (em Florianópolis o candidato foi um pouco pior, mas ainda ganhou com 53%).
Também é verdade que Hang vem fazendo esforços para deixar para trás a sua imagem bolsonarista. Depois da derrota, Hang entrou em um período de silêncio, evitando se associar com os protestos que tomaram o país, especialmente fortes em Santa Catarina.
Em janeiro, depois da posse de Lula, divulgou um vídeo em que diz torcer pelo petista: “Agora temos um presidente novo. Vamos torcer para o piloto fazer uma ótima viagem”.
O empresário também condenou os atos golpistas do 8 de janeiro, ao contrário de Bolsonaro.
Hang tem inclusive buscado uma aproximação mais direta com a esquerda, de olho em promover a causa da restrição de importações de empresas chinesas Shein e AliExpress, bem como para a singapurense Shopee e a estadunidense Wish, ameaças diretas ao modelo de negócio da Havan.
O CEO da Havan convidou o presidente da central sindical UGT (União Geral dos Trabalhadores), Ricardo Patah, para conhecer as instalações da companhia em Santa Catarina, segundo a coluna de Guilherme Seto, no jornal Folha de São Paulo.
Segundo a coluna, no encontro, o CEO da Havan apontou que plataformas internacionais estão “dizimando pequenas, médias e grandes varejistas brasileiras sem pagar impostos”, e pediu ajuda para combater este cenário.