INDÚSTRIA

Marcopolo usará grafeno produzido na UCS 5i5273

Área de engenharia da empresa estuda reduzir peso e aumentar resistência dos ônibus fabricados. 59165j

06 de maio de 2020 - 10:14
Estudos incluem a substituição de metais em alguns componentes estruturais, como poltronas. Foto: divulgação.

Estudos incluem a substituição de metais em alguns componentes estruturais, como poltronas. Foto: divulgação.

A Marcopolo, multinacional brasileira fabricante de carrocerias de ônibus, vai iniciar testes com o grafeno produzido na Universidade de Caxias do Sul (UCS) para aplicação em novos componentes dos veículos.

Segundo a empresa, o programa está em fase de estudos de engenharia. O plano é concluir o desenvolvimento e iniciar testes no segundo semestre deste ano, apresentando  as novidades no mercado em 2021.

Após firmar parceria com a universidade, em 2019, a empresa iniciou os estudos de caracterização, etapa que permite determinar qual a quantidade ideal de grafeno na composição do material para cada subsistema do produto. 

Isso inclui testes de ensaios químicos, térmicos e mecânicos, além de testes acelerados de durabilidade.

O objetivo da Marcopolo é reduzir o peso total dos ônibus, ampliar e garantir a resistência estrutural, de olho na possibilidade de utilização e introdução em veículos de motorização 100% elétrica ou híbrida - o que está ocorrendo na indústria automobilística mundial.

“Nossos trabalhos mostram que a liga com grafeno e aço proporciona redução de peso e melhoria das características mecânicas. Estamos desenvolvendo a sua aplicação na pintura, com a adição do grafeno em tintas para reduzir camadas, diminuindo custos e melhorando as características contra a corrosão”, conta Luciano Resner, diretor de engenharia da Marcopolo.

A companhia também está avaliando a substituição de componentes metálicos por polímeros com a adição do grafeno em materiais de acabamento, como a estrutura do porta-pacotes e descansa-pernas, e em alguns componentes estruturais, como poltronas.

O grafeno é uma nanopartícula extraída do grafite, de apenas um átomo de espessura e 200 vezes mais resistente que o aço, além de ser o material mais leve do mundo. 

Para se ter uma ideia, uma folha de grafeno de 1 m² pesa 0,0077 gramas e é capaz de ar cargas de até quatro quilos. 

Maleável, resistente ao impacto e à flexão, também é excelente condutor térmico e elétrico.

A UCS está localizada em Caxias do Sul, na serra gaúcha, mesma cidade da Marcopolo. A universidade realiza pesquisas sobre o material desde 2005, um ano após a sua descoberta.

Recentemente, a instituição inaugurou o UCSGraphene, a maior planta de produção de grafeno em escala industrial da América Latina implementada por uma universidade, além de ser a maior em capacidade produtiva.

No local, serão produzidos até 500 kg do material ao ano, com possibilidade de ampliação para 5 mil kg anuais após 12 meses.

Com ações listadas na B³, a Marcopolo S.A. teve um faturamento de R$ 4,3 bilhões em 2019, com um lucro líquido de R$ 212 milhões.

A empresa é responsável por quase metade da produção nacional de carrocerias de ônibus, é a maior encarroçadora da América Latina e a terceira maior do planeta. São 10 fábricas nos continentes americano, africano e asiático.

Em 2018, a Marcopolo lançou o primeiro ônibus elétrico para uso urbano em parceria com a chinesa BYD. 

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