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Modelos da Marisa fazem desfile promocional na Paulista. Foto: Fridatrends.com.br
A Marisa anunciou nesta semana a adoção de ferramentas da Tlantic para gestão das suas operações.
Junto com outros contratos fechados nos últimos meses com Oracle e Neurotech, o negócio parece indicar que a maior varejista de moda feminina do Brasil, com receita líquida de R$ 3,1 bilhões no ano ado optou por múltiplos fornecedores no lugar de por todas as suas fichas na SAP, com quem fechou um grande contrato em 2006.
O acordo com a Tlantic prevê o uso das soluções Tlantic Mobile Retail Suite e o Tlantic Workforce Management.
O foco do primeiro software é implementar mecanismos de avaliação, padronização e otimização dos processos, além do ganho de eficiência operacional e produtividade na gestão e execução de atividades na operação de loja.
Já o segundo serve para otimizar a geração de escala de trabalho, diminuindo a rotatividade dos funcionários e garantindo compliance com a legislação trabalhista.
“A Marisa está fortemente direcionada a incrementar os seus níveis de eficiência operacional em loja com um amplo projeto de revisão de processos e iniciativas, através, também, de soluções tecnológicas inovadoras”, explica Alexandre Ramalho, responsável pela área de Operações da Marisa.
Em fevereiro, o Baguete divulgou que a varejista tinha fechado um contrato com a Neurotech, companhia pernambucana especializada em tecnologia para estratégias em gestão de crédito, riscos e fraudes.
Apenas um mês antes, em um movimento mais surpreendente, a Oracle divulgou ter fechado um projeto para para implementação do sistema de gestão Oracle Retail 14 na varejista de moda feminina.
O pacote adquirido na época incluía diversas soluções integradas do Oracle Retail Merchandise Planning and Optimization, entre as quais Assortment Planning, Merchandise Financial Planning, Item Planning, Demand Forecasting, Size Profile Optimization, Clearance Optimization Engine e Allocation.
Na ocasião, questionada pela reportagem do Baguete, a Oracle revelou que o projeto envolvia a substituição de ferramentas da concorrente SAP.
A Marisa havia implementado um sistema de gestão da multinacional alemã em 2006, em um projeto considerado um case de sucesso pela SAP.
Três anos depois, a empresa fez um upgrade com a consultoria do Grupo ASSA para usar SAP ERP Retail 6.0, incluindo o módulo Merchandise and Assortment Planning, orientado a fazer o planejamento do mix de produtos, aparentemente a mesma necessidade coberta pelo contrato com a Oracle do começo do ano.
É um pouco complicado de entender exatamente as sobreposições entre as diferentes soluções de todos os fornecedores da Marisa – esse não é um aspecto no qual as empresas gostem de se deter em seus comunicados de imprensa – mas é fácil ver que o número de ferramentas está aumentando, provavelmente em detrimento da SAP, que ou está tem seus softwares substituídos ou perde oportunidades de fazer novas vendas.
A situação, em um cliente referência no Brasil como a Marisa, é um balde de água fria nos planos da SAP de se consolidar como um fornecedor de soluções ponta a ponta no mercado de varejo, uma das verticais no qual a empresa tem menor penetração, embalada pelas aquisições dos últimos anos e pelo novo banco de dados Hana.