
Foto: flickr.com/photos/57555728@N04/
“Não há dúvida de que aquela euforia com o Brasil e mesmo com outros países não existe mais hoje. O que, de certa maneira, acho saudável”, a afirmação é do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, em entrevista ao jornal o Estado de S. Paulo.
Meirelles comentou os sinais de preocupação do investidor estrangeiro com a situação econômica do Brasil e as ações do governo para impor suas vontades às empresas. Sobre a questão da istração pública, ele diz que prefere acreditar que as intervenções são reações à crise e que a tendência é voltar à normalidade.
O ex-presidente do BC acredita que existe uma preocupação com essa interferência do governo nas empresas. “A situação da economia mudou bastante e os investidores estão muito mais cautelosos no mundo todo”, constatou.
Meirelles também revelou que, quando consultado, alerta os investidores para as questões institucionais básicas do Brasil: “O país tem a mesma estrutura institucional, pratica uma economia de mercado, existem garantias de contrato. Pode haver questões pontuais e aí a história vai dizer até que ponto são reações conjunturais à crise ou uma tendência no futuro”.
Sobre o resultado do PIB no primeiro trimestre de 2012 (crescimento de 0,2%), o executivo afirmou que a retração econômica global impactou a economia brasileira.
“O governo está adotando uma série de medidas contracíclicas e vamos aguardar os desdobramentos para ver a reação da economia nos próximos meses. Estamos crescendo bem abaixo do potencial. Há espaço para aumentar o crescimento sem pressões que gerem desequilíbrio”, ressaltou.
Henrique Meirelles permaneceu no de presidente do Banco Central entre 2003 e 2011, sendo sucedido pelo gaúcho Alexandre Tombini.
Atualmente, preside o Conselho de istração do grupo J&F, dono do frigorífico JBS, é chairman do banco de investimentos franco-americano Lazard e membro do conselho da empresa aérea Azul.