
Lâmpada não acende mais. Foto: Andrea Cerveny / Shutterstock
De acordo com uma pesquisa da GE com 200 líderes brasileiros, cerca de 28% deles acreditam que o país tem um bom ambiente para inovação, contra 42% dos que afirmaram a mesma coisa em 2013.
O dado faz parte do Barômetro Global da Inovação 2014 da multinacional, que ouviu 3,2 mil executivos de grandes companhias em 26 países.
Além de pouco confiantes, os executivos ouvidos pela GE estão insatisfeitos com a eficiência do apoio governamental à inovação. Só 17% disseram que o país atende esse quesito, contra uma média global de 40%.
Os executivos brasileiros apontaram ainda que 40% dos executivos brasileiros consideram que empresas menores, como as PMEs e start-ups, estão impulsionando a inovação no Brasil – em linha com a média global (41%).
Esse último dado torna mais chamativa a insatisfação, uma vez que justamente no último ano o governo federal começou a operar com maior visibilidade em relação ao fomento de inovação em empresas iniciantes, o Startup Brasil.
A iniciativa concede empréstimos de até R$ 200 mil a fundo perdido para empresas nascentes de tecnologia selecionadas por um grupo de 12 aceleradoras em todo país. A meta do governo é colocar até 2015 cerca de R$ 60 milhões em 300 novas empresas.
Além das startups, os executivos apontam como as multinacionais, com 27%, como as grandes promotoras da inovação – cuja importância acima da média mundial (19%).
O governo federal também anunciou medidas focadas nesse público em 2014, sendo uma delas a concessão de R$ 6,2 milhões para financiar bolsas de estudos através do programa TI Maior do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
A iniciativa (que tem contrapartida de R$ 21,9 milhões dos beneficiados), envolve a IBM Research Brasil, em São Paulo; Intel Semicondutores, no Rio de Janeiro; ITVale, em Belém; e qD e Freescale, ambos em Campinas, no interior de São Paulo.
A atração de centros de P&D é um dos eixos do TI Maior. Até agora, aderiram ao programa o SAP Labs Latin America, laboratório da SAP situado em São Leopoldo e centros do tipo da Microsoft, Intel e EMC, todos instalados no Rio de Janeiro, cidade na qual, por sinal, a própria GE, está investindo US$ 1 bilhão em um centro de pesquisas.
Aparentemente, toda a correria do governo federal em promover medidas micro relativas à inovação não está conseguindo impressionar muito os líderes empresariais do país, frente aos maus indicadores econômicos macro.
Ainda nesta semana, analistas de mercado reduziram mais uma vez a expectativa de crescimento econômico do país para 2014, agora prevista em 0,18%. As projeções para 2015 também caíram, de 0,77% para 0,73%.
Em 2013, quando os pesquisados estavam mais animados em relação à capacidade do Brasil de inovar, o PIB cresceu 2,3%.