
O rating de crédito corporativo da Petrobras foi rebaixado em dois graus (de Baa3 para Ba2). Foto: Divulgação.
A Petrobras perdeu, na terça-feira, 24, o grau de investimento da agência de classificação de risco Moody’s. A mudança significa que a agência não considera mais a estatal uma boa pagadora de seus débitos. A agência também cortou todas as outras notas da empresa.
O rating de crédito corporativo da Petrobras foi rebaixado em dois graus (de Baa3 para Ba2).
De acordo com a Moody’s, o rebaixamento reflete uma maior preocupação com as investigações de corrupção que vêm sendo feitas dentro da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, assim como com o atraso na entrega do balanço auditado, que ainda não tem prazo determinado.
“Os ratings da Petrobras permanecem em revisão para rebaixamento por causa da pressão sobre a liquidez que pode acontecer caso a empresa não consiga entregar o balanço em tempo. A empresa precisa fornecer o balanço anual auditado até 30 de abril de 2015. Maiores atrasos trazem o risco de que os credores possam tomar ações que resultem na declaração de um default técnico”, afirma o comunicado da Moody’s.
A petroleira, que é a mais endividada do mundo, a a ter uma situação ainda mais complicada. A classificação prejudica o o a novos financiamentos, e a empresa pode precisar pagar juros maiores que os que conseguia até agora.
“Caso a empresa consiga resolver seus problemas de liquidez no curto prazo, os ratings podem ser elevados”, diz a Moody’s.
Ainda assim, a empresa provavelmente não voltaria ao grau de investimento, pois “deve continuar a enfrentar tensões relacionadas às investigações de corrupção e seu alto nível de endividamento”, completa a agência.
Os ratings demonstram a avaliação da agência sobre a capacidade do emissor dos títulos de honrar seus compromissos com os investidores. Para classificar os títulos, as agências am analisam em profundidade as condições do emissor.
A credibilidade da nota de crédito depende da credibilidade da própria agência. Moody’s, Standard & Poor’s e Fitch são as agências norte-americanas mais respeitadas do mercado.
As classificações e perspectivas para as notas de crédito são reavaliadas periodicamente pelas agências, segundo o Estadão. A classificação representa a nota em si, e pode subir (upgrade) ou cair (downgrade) dependendo da revisão. Enquanto isso, a perspectiva da nota aponta para o futuro, indicando se aquela nota de crédito tende a se manter estável, cair (negativa) ou subir (positiva).
Depois da repercussão do assunto, a presidente Dilma Rousseff afirmou que o rebaixamento da nota de crédito da Petrobrás é uma "falta de conhecimento" do que está acontecendo na empresa. Segundo ela, a estatal tem "grande capacidade de se recuperar sem grandes consequências".